Grupos opositores do Equador protestaram nesta sexta-feira contra o governo de Rafael Correa, pelo segundo dia consecutivo, após as manifestações que na véspera deixaram 67 policiais feridos e 47 detidos.
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Vigiados pela polícia, os manifestante, em menor número que na quinta-feira, marcharam pelas ruas do centro de Quito aos gritos de “Fora, Correa, fora!”.
Simpatizantes do oficialismo também se concentraram em frente à sede do governo em apoio a Correa. A polícia não informou sobre incidentes nas manifestações.
“Esta marcha é (uma) chamada pacífica e legítima do movimento indígena e do povo equatoriano”, disse à imprensa o presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Jorge Herrera.
Dezenas de manifestantes indígenas que caminharam a partir de um parque do centro da capital, onde acampam desde quarta-feira, exigem o arquivamento de um pacote de emendas constitucionais que tramitam no Congresso, de maioria governista.
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Uma das emendas permitiria a Correa, no poder desde 2007, ser candidato nas eleições de 2017.
A deputada indígena Lourdes Tibán, que se uniu nesta sexta-feira à marcha, expressou ao portal informativo La Republica que “os equatorianos reconheceram o êxito popular do levantamento contra o governo”, apesar de Correa ter chamado de fracasso o dia de protestos da quinta-feira.
Mais cedo, o presidente insistiu em suas críticas à mobilização da véspera, que resultou em duros choques com a polícia.
“Frente a essa frustração recorrem à violência e o que fizeram foi fechar rodovias”, afirmou o governante.
Em seis das 24 províncias, os indígenas bloquearam rodovias, enquanto que na cidade de Guayaquil (sudoeste) houve mobilizações e queima de pneus.
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Correa rejeitou qualquer diálogo com a liderança da Conaie por considerar que tentam submetê-lo a uma “chantagem”. Além das emendas constitucionais, a organização indígena se opõe às iniciativas e leis que na prática tiram o poder dos indígenas da administração da água, da terra e da educação em seus territórios.
* AFP