Pela primeira vez depois do assassinato do filho Rodrigo da Luz Silva, o Digão, 34 anos, Luzia da Luz Silva participou de uma manifestação pelo filho e falou com a imprensa. Nos primeiros meses depois do crime, dia 10 de junho de 2010, Luzia dormiu à base de remédios e chorou sem parar. Não tinha condições de participar de nada.

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Neste domingo, exatamente dois anos depois de Rodrigo ser morto com nove tiros pelo assessor de comunicação do Ministério Público Federal, Rogério Postai, a mãe foi às ruas pedir por justiça.

– A dor não tem palavras. Hoje tive coragem de encarar a realidade. Ainda estamos sem prazer de viver, sem esperança, mas a soltura do assassino foi um baque para a família e por isso nos manifestamos para que o julgamento no Tribunal de Juri seja realizado o mais rápido possível. Queremos que o marginal que matou meu filho possa apodrecer na cadeia – desabafou Luzia, depois da manifestação na Avenida Beira-Mar Norte, ao meio-dia de hoje.

Parentes e amigos distribuíram panfletos, fizeram uma roda e rezaram o Pai Nosso. Depois, saíram em caminhada pela avenida protestando contra a soltura do acusado pelo crime. Postai foi preso em flagrante e ficou detido um ano e 11 meses no Presídio de Florianópolis. O assessor do MPF ganhou liberdade condicional no último dia 17 de maio, graças a um habeas-corpus julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

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– Esse é o país que a gente vive, sem justiça. É um absurdo este homem destruir uma família e ser solto – disse Luzia.

O crime aconteceu em frente ao condomínio onde moravam a vítima e o autor, o Villagio Campeche, no Sul da Ilha. Segundo vizinhos disseram na época do crime, Rogério Postai teria diversas vezes ameaçado Rodrigo, que havia sido síndico do condomínio por cinco anos e deixado o cargo dois meses antes de morrer.

Em recente entrevista ao DC, Postai alegou ter divergências pessoais com Rodrigo da Luz, da época em que a vítima era o síndico do condomínio. Postai também afirmou que, no dia do crime, reagiu a ofensas pessoais proferidas pela vítima.

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