Cerca de 300 pessoas descontentes com a insegurança no trânsito e com os constantes alagamentos que ocorrem na BR-280 se manifestaram na manhã de sábado, em Jaraguá do Sul. Os moradores seguravam faixas, protestaram com carro de som e interditaram por cerca de 30 minutos, entre as 9h30 e 10h, o km 75, entre as ruas Julio Tissi, em Nereu Ramos, e Paulo Voltolini, no Ribeirão Cavalo.
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Há mais de dez anos eles reivindicam a implantação de uma rotatória para evitar acidentes. Outra luta é a instalação de uma galeria no km 76, que foi solicitada ao DNIT no início do ano, quando mais de 800 casas ficaram alagadas, por causa da chuva de janeiro.
O vendedor Otair Moretti, de 45 anos, mora a menos de 50 metros do local e já perdeu as contas de quantas vezes chamou os bombeiros para socorrer vítimas de acidentes.
– Os bombeiros até reconhecem o meu número e sabem que quando ligo aconteceu alguma coisa mesmo. Há dois meses em uma semana tivemos nove acidentes, sendo que três foram em um único dia – contabiliza Moretti, que está preocupado com a vinda de novos moradores no bairro.
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– Com o Dante Minel deveria ter um viaduto e não só rotatória – reivindica.
Mais 825 pessoas vão se mudar para o Ribeirão Cavalo a partir do dia 6 de outubro, data da inauguração do Condomínio Dante Minel, erguido pelo Programa Minha Casa Minha Vida e que fica às margens da BR-280.
O vice-presidente da Associação de Moradores do Braço Ribeirão Cavalo, Paulo Sérgio de Oliveira, revela a preocupação com o crescimento do bairro e a falta de infraestrutura adequada.
– Reivindicamos por todos os meios legais e até agora nada. Fechar a rodovia foi o método mais rápido de cobrar das autoridades – justifica.
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Oliveira lembra que o bairro não possui creche e posto de saúde. Já o Colégio Municipal Braço Ribeirão Cavalo está com 614 alunos e não comporta mais estudantes.
– Só com o Dante Minel serão mais 271 crianças. Sabemos que projetos para mais uma escola, creche e posto existem, mas não saem do papel e, para gente, o papel não resolve nada – dispara.
Justificativas
Representantes do Legislativo estiveram no protesto e reiteraram que estão trabalhando para que os projetos sejam executados pelos governantes. Eles confirmaram que a rotatória e as galerias fazem parte do Programa Contrato de Restauração e Manutenção (Crema 2) que ainda precisa abrir licitação.
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A demora para as duas obras saírem do papel é porque, em julho deste ano, o Ministério dos Transportes suspendeu as licitações em rodovias federais do País, por causa de superfaturamento envolvendo o órgão.
O DNIT informou que o Crema 2 deve sair do papel no fim do ano. O prazo de execução do Programa é de cinco anos e prevê a recuperação de asfaltos e melhorias operacionais nas rodovias.