Centenas de manifestantes expulsaram nesta sexta-feira à noite o grupo salafista Ansar al-Sharia de seu quartel-general no centro de Benghazi, leste da Líbia, e incendiaram a instalação militar, constatou um jornalista da AFP.
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Sob pressão dos manifestantes, os membros do grupo acusado de ser o responsável pelo ataque ao consulado americano atiraram para o alto antes de deixar a base, que foi atacada por centenas de moradores de Benghazi que protestavam contra as “milícias fora da lei”.
Aos gritos de “o sangue dos mártires não foi derramado em vão”, os manifestantes entraram na caserna, que foi saqueada e incendiada, segundo um correspondente da AFP no local. Antes, dezenas de milhares de líbios haviam protestado em Benghazi contra as milícias armadas, 10 dias depois do ataque ao consulado americano em 11 de setembro de 2012, que custou a vida do embaixador dos Estados Unidos, Chris Stevens, e de outros três americanos.
Antes de irem para a base da Ansar al-Sharia (Partidários da Lei Islâmica), os manifestantes já tinham expulsado uma outra milícia que ocupava um antigo prédio da segurança líbia no centro da cidade.
O ataque ao consulado americano, efetuado durante um protesto contra o filme anti-Islã produzido nos Estados Unidos, evidenciou a incapacidade das autoridades em garantir a segurança no país, assim como o aumento de poder de grupos islâmicos radicais na Líbia.
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Benghazi, segunda maior cidade do país, onde teve início em 2011 a onda de contestação ao regime de Kadafi, foi palco nos últimos meses de vários ataques contra alvos ocidentais e de assassinatos de autoridades de segurança.