Pela primeira vez na história dos movimentos sociais de Florianópolis, manifestantes ocuparam pacificamente as pontes Pedro Ivo e Colombo Salles, que ligam a Ilha ao Continente.

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Em 2004, manifestantes fecharam a ponte, mas sob resistência da polícia e não chegaram a caminhar sobre ela e ocupá-la completamente e pacificamente como nesta terça-feira.

Um dos momentos mais impactantes foi quando as pontes estavam tomadas por manifestantes e lá longe se via um mar de gente chegando, caminhando pelo Elevado Rita Maria para se juntar ao grupo.

Mais de 15 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar e 20 mil, segundo a Guarda Municipal participaram da manifestação na Capital, nesta terça-feira.

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Pessoas de skate e bicicleta foram os primeiros a chegar nas pontes. A Polícia Militar recebeu ordem para permitir a ocupação, atitude elogiada por muitos participantes. O resultado foi um protesto tranquilo, sem ocorrências policiais. Nenhum tiro de bala de borracha foi disparado.

– Tomamos a ponte! Tomamos a ponte! – gritavam estudantes em êxtase, carregando cartazes e bandeiras do Brasil.

Em alguns momentos sentavam no chão, em outros apitavam, pulavam e gritavam “não é ladainha, a tarifa está mais cara que a tainha”, entre outras palavras de ordem.

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Muitos se abraçavam e comemoravam. Em diversos momentos batucaram nos guard-rails produzindo um som metálico que tomou conta do espaço.

O trânsito nos dois sentidos ficou parado por cerca de uma hora quando as pontes foram desocupadas. Na cabeçeira da Colombo Salles, policiais militares da cavalaria e do canil ficaram de prontidão, mas não foram acionados.

Os cães nem saíram das viaturas e os cavalos ficaram parados. Na dispersão, um pequeno grupo de estudantes foi fazer cafuné nos animais. O Batalhão de Choque também só acompanhou o movimento, que foi pacífico. Quando alguém tentava causar tumulto era vaiado pelo próprio grupo que gritava: sem violência, sem violência!

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A manifestação começou às 18h no Terminal de Integração do Centro (Ticen), seguiu pela Praça Tancredo Neves, onde fica a Assembleia Legislativa, pela Avenida Mauro Ramos e Avenida Beira-mar Norte, onde as pessoas sentaram no chão fechando a avenida.

Na frente da Assembleia, os manifestantes também sentaram no asfalto e cantaram o Hino Nacional. Representante da AL foi vaiada. Um repórter de TV foi impedido de trabalhar.

Nos prédios ao longo de todo o percurso, moradores saíam nas janelas e motoristas buzinavam participando do movimento que começou a dispersar antes das 22h.

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