A manifestação contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) em Itajaí terminou dentro da Volvo Ocean Race neste domingo. Depois de caminhar pela Avenida Beira-rio, centenas de pessoas entraram na Vila da Regata com a intenção de chamar a atenção da mídia que cobre o evento e dos visitantes. A Polícia Militar estima que mil pessoas participaram do protesto na cidade.
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As reações do público que estava no Centreventos ficaram divididas com a entrada dos manifestantes. Enquanto alguns batiam fotos e gritavam junto com a multidão, outros ficaram indignados com a atitude e diziam que o ato estava “estragando a festa”. Antes de entrar na vila, porém, os manifestantes chegaram a ser barrados pela Polícia Militar, que só permitiu o acesso após a autorização da organização da Itajaí Stopover.
– É um evento público e todas as pessoas têm o direito de se manifestar, não podemos impedir – disse o secretário executivo do comitê organizador da regata, João Luiz Demantova.
Com um público menor do que na última passeata, quando cerca de 10 mil pessoas estiveram presentes em Itajaí, um dos organizadores do evento diz que a diminuição já era esperada. Rafael Rosengarten Fonseca atribui a queda no número de participantes à realização da Volvo Ocean Race na cidade. Ainda, de acordo com ele, a mobilização ocorreu através de panfletos, faixas e pela internet.
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Nenhuma ocorrência grave foi registrada pela PM durante a manifestação.
Contra a corrupção
Ajudando a sacudir uma grande bandeira do Brasil na frente da passeata, a leiloeira Adriane Loenert gritava palavras de ordem junto aos demais manifestantes. Ela diz que veio protestar para que os brasileiros tenham uma administração mais digna e competente.
– Estamos sendo mal administrados e se essas pessoas não estão cumprindo seu papel então têm que sair. O povo está cansado de enfrentar fila de médico e não ter segurança, não queremos ser chacota no mundo, não somos um povo corrupto – destaca.
Um grupo de amigos também se reuniu para participar da manifestação usando camisas com os dizeres “Não vamos nos dispersar”. Conforme o advogado Márcio Dornelles, a frase foi usada por Tancredo Neves na época das Diretas Já e deve servir de alerta para os manifestantes. O grupo pedia pela saída de Dilma, fim da corrupção e a reforma política no país.
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– Já usamos essas camisas no último protesto e essa frase veio a calhar novamente. Temos que ficar vigilantes com a corrupção e não podemos nos dispersar – explica.
Além da saída da presidente Dilma, alguns manifestantes pediam a intervenção militar e o impedimento do ministro Dias Toffoli de presidir o julgamento da Operação Lava-Jato, que investiga desvios de dinheiro na Petrobras.
Confira a galeria de fotos dos protestos no litoral: