Este 15 de maio deve ser marcado por manifestações contra a Copa do Mundo em todo o país. Na cidade de São Paulo, pelo menos seis protestos ocorreram simultaneamente durante a manhã. Os atos fazem parte do 15M, o Dia Internacional de Lutas contra a Copa que tem o objetivo de denunciar violações de direitos humanos que ocorreram durante a preparação do Mundial.

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Neste início de tarde, manifestantes ocupam totalmente a Avenida Paulista, no sentido Consolação. O grupo chegou ao local por volta das 11h e se reuniu em frente ao prédio da Fiesp. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 100 manifestantes participam do ato na Paulista. O protesto é realizado por funcionários de uma empresa privada que terceirizava serviço a um telecentro comunitário da Prefeitura de São Paulo.

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O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizou cinco protestos na capital paulista. Os locais escolhidos foram Radial Leste, em frente ao Itaquerão; na Marginal Pinheiros perto da Ponte João Dias; na Marginal Tietê próximo à Ponte Estaiadinha; na Avenida Giovana Gronchi, perto do Shopping Jardim Sul; e na região da Ponte do Socorro.

Tensão na zona leste

Na Radial Leste, cerca de dois mil integrantes do MTST participaram de uma manifestação em Itaquera. Os manifestantes queimaram pneus e houve uma rápida tensão com um policial que tentou impedir a ação. Uma nuvem enorme de fumaça preta tomou a via enquanto os manifestantes gritavam “A Radial é nossa” e outras músicas a favor de moradias populares e contra a Copa do Mundo. Uma linha de policiais militares com escudo foi formada a cerca de 200 metros da concentração dos manifestantes, mas não houve confronto.

– Nosso objetivo não é chegar ao estádio para não haver provocação. Deixamos isso bem claro inclusive para a torcida organizada do Corinthians que veio nos procurar. Nosso objetivo é chamar atenção para as nossas reivindicações – explicou um dos líderes do MTST, Guilherme Boulous.

A interdição da Radial Leste, sentido centro, durou pouco mais de duas horas, até que os manifestantes marchassem de volta para a ocupação “Copa do Povo”, próxima ao Parque do Carmo, de onde partiram por volta das 8h da manhã.

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Já na Avenida Interlagos, na zona sul, havia 200 manifestantes. Outro ato ocorreu na Rodovia Anhanguera com cerca de cem pessoas, de acordo com a Polícia Militar. Essa manifestação não pertence ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que articula outros cinco protestos na cidade.

Os números divulgados pela polícia divergem dos informados pelo MTST. Segundo o grupo, o ato da zona leste tinha 1,5 mil pessoas e o da zona sul, 2 mil. A Polícia Militar informou por volta das 8h50min que nenhum dos protestos registrava tumultos ou atos de violência, apenas problemas no trânsito.

Ainda na capital paulista, a partir das 14h, os professores da rede municipal de ensino, em greve há três semanas, farão uma passeata que saíra da Secretaria Municipal da Educação, na Vila Clementino. Mais tarde, por volta das 17h, haverá a sétima manifestação contra a Copa, com concentração na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista. Um dos alvos dos manifestantes é a arena Itaquerão, que será palco da abertura da Copa do Mundo.

Pelo Brasil

Também estão previstos protestos contra a Copa no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. O 15M promete retomar os protestos de rua, que tomaram o país em junho do ano passado. Para os manifestantes os gastos do governo em relação ao evento e as demandas sociais que não foram atendidas são os motivadores desses movimentos.

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Em Porto Alegre, um protesto na Av. Ipiranga por volta das 8h deu início ao atos contra a realização da Copa do Mundo do Brasil. Ao longo da quinta-feira, estão previstas outras manifestações para ocorrer em diferentes pontos da cidade. A Faculdade de Educação da UFRGS, a Esquina Democrática e a prefeitura devem ser alvo de protestos durante o turno da tarde.

* Zero Hora com informações da Agência Estado