Pouco depois do anúncio do recuo do preço da tarifa do transporte público para R$ 3, manifestantes ocuparam diferentes pontos de São Paulo para comemorar.

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Na Avenida da Consolação, um grupo bloqueou a passagem dos ônibus. Alguns manifestantes rasgavam o adesivo que indicava o preço da passagem a R$ 3,20, colado ao pára-brisa dos veículos. A cena virou símbolo e foi repetida dezenas de vezes, a cada ônibus que era parado.

Em menor número do que em dias anteriores, os manifestantes iniciaram a mobilização na Avenida Paulista, em frente ao Masp. Em vários momentos, havia divergências: alguns queriam marchar em comemoração à suspensão do aumento da tarifa; outros, vaiando os próprios companheiros, exigiam que os protestos continuassem.

Após uma rápida assembleia, com os manifestantes sentados ao chão da Paulista, a decisão foi por continuar caminhando rumo à Consolação. Pela primeira vez em sete dias de protestos na capital paulista, havia mais bandeiras do Brasil do que cartazes e faixas.

O comércio fechou as portas ao longo do trajeto. Quando algum manifestante ameaçava com atos violentos – como a depredação de bancas de revista -, era condenado pelos demais:

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– Sem vandalismo! Sem vandalismo! – gritavam alguns.

Um dos líderes do movimento pedia para que os demais ficassem atentos aos manifestantes agressivos – chamados de radicais pelos próprios integrantes da marcha.

– Vocês precisam nos avisar – dizia.

A polícia militar, que desde o final da tarde montava posições próximo a bancos e em esquinas da Paulista, acompanhou a manifestação à distância. O protesto se dispersou por volta das 21h30min. Além da região da Paulista, houve manifestações em pelo menos 10 pontos da cidade. Na Avenida Washington Luís, que dá acesso ao Aeroporto de Congonhas, o tráfego ficou bloqueado por algumas horas.