As manifestações contra o filme ofensivo ao Islã Inocência dos Muçulmanos se tornaram violentas nesta quinta-feira com a morte de um manifestante durante um ataque à embaixada dos Estados Unidos em Sanaa, no Iêmen, e confrontos no Cairo.
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Os protestos contra o filme produzido nos Estados Unidos também se espalharam pelo Iraque, Irã e Faixa de Gaza, enquanto vários países muçulmanos da Ásia reforçaram a segurança nas missões diplomáticas americanas devido à possíveis manifestações na sexta-feira, dia da grande oração semanal.
Estes protestos continuaram no dia seguinte a uma manifestação em frente ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, em que homens armados atacaram o edifício, matando o embaixador Chris Stevens e três outros diplomatas americanos.
Aos gritos de “Ó Profeta, Ó Maomé” e “Khaybar Khaybar (nome da primeira batalha entre muçulmanos e judeus) ó judeus, o exército de Maomé está de volta”, jovens enfurecidos invadiram na manhã desta quinta-feira a embaixada dos Estados Unidos em Sanaa e atearam fogo em três carros.
A polícia, disparando para o ar e fazendo uso de jatos de água, conseguiu dispersar os manifestantes rapidamente, de acordo com um correspondente da AFP no local. Mas os manifestantes voltaram a se reunir um pouco mais tarde e um deles foi morto e cinco ficaram feridos pela polícia, que os impediram de voltar a entrar nas instalações da chancelaria, de acordo com os Serviços segurança.
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O presidente iemenita Abd Rabbo Mansour Hadi declarou que estava “extremamente triste” e ofereceu suas “desculpas ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e ao povo americano”. Ele deu a ordem para formar uma comissão de inquérito para punir os culpados.
No Cairo, confrontos continuam de maneira esporádica nas proximidades da embaixada dos Estados Unidos entre manifestantes e policiais, que usaram gás lacrimogêneo. De acordo com o ministério da Saúde, 16 pessoas ficaram feridas na violência que começou à noite.
O presidente egípcio, o islâmico Mohamed Mursi, condenou os “ataques” ao Profeta Maomé, rejeitando também a violência, enquanto a Irmandade Muçulmana convocou protestos pacíficos na sexta-feira na saída das mesquitas.
– É nosso dever proteger os nossos hóspedes e aqueles que vêm do exterior. Peço a todos que levem em consideração, que não transgridam a lei no Egito e não ataquem as embaixadas – disse o presidente em um discurso na TV.
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No Irã, inimigo jurado dos Estados Unidos, onde o filme foi descrito como “vergonhoso”, cerca de 500 pessoas marcharam sob os gritos de “Morte à América” e “Morte a Israel”, perto da embaixada da Suíça em Teerã, que representa os interesses dos Estados Unidos no Irã.
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