Pelo menos duas manifestações contrárias à liminar que possibilita a utilização de terapias de reversão sexual em lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgênero (LGBT), concedida pelo juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho no início desta semana, estão programadas para acontecer em Santa Catarina neste fim de semana.

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A primeira delas acontece nesta sexta-feira, 22, em Florianópolis. O evento Chuva de glitter – A comunidade LGBT resiste!, que já tem 1,8 mil pessoas confirmadas e outras 4,1 mil interessadas, está marcado para às 18h30min, no Largo da Alfândega, no Centro. “Nós, comunidade LGBT, temos o direito de amarmos sem temer, de existirmos a partir de nossas diferenças e de ocuparmos espaço com muito amor e cores. Nosso amor não é doença”, enfatizam os ativistas nas redes sociais.

No sábado, 23, em Joinville, haverá outro protesto com o mesmo objetivo. O encontro dos manifestantes acontecerá às 16h, no Museu de Arte de Joinville.

Apesar de não anular a resolução 01/1999, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que proíbe as pseudoterapias de reorientação sexual popularmente conhecidas por “cura gay”, o magistrado defende que os profissionais possam “estudar ou atender àqueles que voluntariamente venham em busca de orientação acerca de sua sexualidade, sem qualquer forma de censura, preconceito ou discriminação”. A nível estadual, o Conselho Regional de Psicologia, junto ao CFP, tenta reverter a decisão.

Os psicólogos catarinenses estão articulados desde maio deste ano a fim de garantir a preservação da resolução. Além da investida judicial contrária ao texto, há um projeto de lei (nº 4391) e um projeto de decreto legislativo (nº 539) que também tentam derrubá-la — ambas encabeçadas pela bancada evangélica. Na visão do CRP-SC, isso se dá devido ao fato de que essa é a principal motivação de processos éticos movidos por grupos com concepções morais e religiosas.

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