Conscientizar a população sobre os supostos benefícios da fosfoetanolamina e coletar assinaturas para um abaixo-assinado nacional para liberação da substância conhecida como “pílula do câncer”. Esses são os objetivos da ação que irá ocorrer nesta sexta-feira em Biguaçu, a segunda promovida este ano em no Estado pela Associação dos Amigos e Pacientes de Câncer de Santa Catarina (Aspac-SC). Na primeira, realizada em Florianópolis dia 5 de fevereiro, foram coletadas 5 mil assinaturas em cerca de três horas.

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— As pessoas chegavam a fazer fila para assinar. A fosfoetanolamina não é apenas um medicamento, representa uma esperança para os pacientes com câncer. A gente precisa do acesso imediato e é direito do paciente escolher o tratamento — reforça o presidente da Aspac-SC, João Vianei.

Laboratório de SC é autorizado a fazer testes com fosfoetanolamina

O presidente explica que o objetivo do abaixo-assinado nacional é recolher 2 milhões de assinaturas e entregar para a Justiça Federal em São Paulo, onde a droga é produzida, com cópia ao Ministério da Saúde.

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A mobilização da Aspac-SC conta ainda com o apoio da prefeitura de Biguaçu:

— Estamos apoiando a luta da Aspac-SC pela liberação da fosfoetanolamina. Por isso convidamos toda a população a aderir ao abaixo-assinado nacional, que nesta sexta-feira estará passando por Biguaçu — afirmou o prefeito de Biaguaçu, Ramon Wollinger.

TJ-SC derruba liminar que obrigava o Estado de Santa Catarina a fornecer a “pílula do câncer”

No dia 29 de janeiro, uma decisão no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) desobrigou o Estado de Santa Catarina a fornecer fosfoetanolamina a pacientes. Pelo menos 40 decisões liminares obrigavam o Estado a fornecer a droga aos pacientes de câncer.

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A advogada Marisa Nogueira Ferreira, que atua na área, afirma que a decisão atingiu só um processo, por enquanto, mas que leva a mudanças no acesso ao medicamento por via judicial.

— Estamos um pouco temerosos de entrar na justiça estadual, então muitos estão partindo para a justiça federal — afirma.

Sobre o abaixo-assinado, ela acredita que não irá interferir na questão judicial, mas ajudar a pressionar políticos.

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A fosfoetanolamina

A droga foi desenvolvida pelo professor da USP Gilberto Chierice, hoje aposentado, mas nunca passou por testes que comprovassem sua eficácia contra o câncer. A droga não passou pela aprovação da Anvisa e por isso não pode ser comercializada. O único meio de adquirir a substância é por via judicial.

Confira as próximas ações:

27 de fevereiro (sábado)

Florianópolis: Ação no Ticen das 8h às 14h (coleta de assinaturas e conscientização)

12 de março

Florianópolis: Trapiche da Beira-Mar Norte, às 14h (apoio à mobilização nacional em Brasília)