Dois detidos – um deles menor de idade -, dois feridos, pedradas e muita tensão marcaram a manifestação realizada na tarde desta quarta-feira, no Recife. O protesto, organizado pela Frente de Luta pelo Transporte Público, integrado majoritariamente por estudantes e movimentos apartidários, saiu às 15h40min da Praça do Derby, área central do Recife, e fez um percurso de 4,5 quilômetros, pela Avenida Agamenon Magalhães, até o Centro de Convenções, onde funciona a sede provisória do governo de Pernambuco.
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O objetivo era entregar uma pauta referente ao transporte público ao governador e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Enquanto um cartaz dizia “Queremos ônibus padrão Fifa – todos sentados”, os manifestantes também pregavam, em uníssono: “Oh, Eduardo, não é mole não, bota teu filho para andar nesse busão”.
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Pacífica e colorida, com muitas faixas, cartazes e cobranças aos governos federal e do Estado, a passeata tinha maioria de manifestantes jovem e de classe média. O clima mudou por volta das 17h, na altura da comunidade Ilha de Joaneiro, no bairro de Santo Amaro, às margens da Agamenon Magalhães, que liga a zona sul da capital pernambucana a Olinda. Crianças e adolescentes da comunidade jogaram pedras e provocaram correrias. Um fotógrafo da Argentina foi atingido na cabeça e um militar foi ferido no ombro por causa das pedradas. Um homem que estaria jogando bombas de São João e, segundo a polícia, tinha o produto na mochila, foi detido.
A passeata continuou e se deparou com o fechamento da avenida por grades e policiais militares, a cerca de 300 metros da sede provisória do governo estadual. Um coronel da Casa Militar afirmou que Campos poderia receber uma comissão, mas os manifestantes não aceitaram.
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A Tropa de Choque se posicionou, assim como a cavalaria, para impedir uma eventual tentativa de invasão pelos manifestantes. Mais pedras foram jogadas em direção aos policiais e um menor de 16 anos foi apreendido por ter sido apontado como um dos agressores. Ele gritava que não havia feito nada, mas foi levado à Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA).
Sem negociação, parte dos manifestantes se dispersou. Um grupo ficou até às 18h30min, mas foi aconselhado por advogados voluntários a deixar o local. Eles seguiram para a vice-governadoria, na intenção de fazer um “plantão”. De acordo com a Polícia Militar, 2,2 mil pessoas participaram da manifestação. Ao final, este número foi reduzido para 500.