Pelo menos 10 detentos, a maioria encarcerados em Criciúma, Sul do Estado, ordenaram a comparsas das ruas os atentados a ônibus registrados nas últimas duas semanas em Santa Catarina.

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Em entrevista coletiva na tarde de quinta-feira, em Florianópolis, o secretário de Segurança Pública, César Grubba, disse que os mandantes foram identificados e, conforme já havia adiantado ao DC, eles estão em presídios catarinenses. Ele revelou também que houve uma nova ordem vinda de presos mandando cessar os atentados.

Grubba afirmou que os criminosos foram isolados, mas não quis revelar para qual prisão houve o encaminhamento. O secretário declarou que a intenção é concretizar o pedido processual para transferi-los em breve a presídios federais, onde ficarão no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).

O DC apurou que os detentos estavam em prisões de Criciúma e de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. A identificação ocorreu principalmente por grampos telefônicos e outros meios de apuração das equipes da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Criciúma e da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis.

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Diferentemente dos atentados de 2012 e 2013, não houve o chamado “salve-geral” (expressão que significa um recado para uma série de ataques, sem medir as vítimas, população, polícia, ou seja, todos) e sim ordens diretas para incêndios em ônibus.

– A motivação foi em razão da greve dos agentes, que chegou a 20 dias, e gerou insatisfação da massa carcerária. Houve a cessação de direitos dos presos, como banho de sol e visita íntima, e isso gerou os ataques – afirmou o secretário.

Um outro detalhe é que desta vez, segundo as autoridades, os crimes não foram ordenados pela facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC), que age dentro e fora das cadeias.

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Os setores de inteligência das polícias e das secretarias de Segurança e de Justiça e Cidadania ainda buscam detalhes sobre essas quadrilhas e possíveis familiares de presos que colaboraram com os delitos.

Nas ruas, houve a identificação de sete pessoas responsáveis por executar os crimes. Elas terão as prisões pedidas à Justiça. O delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila, disse que a maioria é adolescente e reincidente nesse tipo de atentado.

Presente na entrevista coletiva, o secretário da Justiça, Sady Beck Júnior, admitiu a dificuldade de garantir que os presos não se comuniquem com pessoas que estão nas ruas.

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Bloqueadores vão ser reinstalados, diz secretário

Ele acredita que ainda este mês haverá a reinstalação dos bloqueadores de sinal de telefone celular em novo contrato para cadeias em Joinville, Palhoça, Criciúma e Florianópolis. Os equipamentos estão desligados há mais de 30 dias por fim do contrato com a empresa que prestava o serviço.

Desde o dia 29 de março, sete ônibus foram incendiados no Estado. As polícias ainda buscam a identificação dos criminosos que agiram na Capital. As polícias Civil e Militar mantém o estado de alerta.