Manchas vermelhas na pele podem esconder diferentes diagnósticos, mas um deles pode trazer mais cuidados. Este é o caso, por exemplo, do diagnóstico de Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) – doença sanguínea autoimune, que se caracteriza pela destruição das plaquetas, células produzidas na medula óssea e ligadas ao processo de coagulação inicial do sangue – que pode começar com o aparecimento de manchas vermelhas ou arroxeadas, sem qualquer motivo aparente.

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Inclusive, o nome da Púrpura Trombocitopênica Idiopática tem relação com as manifestações em manchas da pele. Púrpura é uma referência às manchas roxas ou avermelhadas que aparecem na pele; trombocitopênica, em razão da trombocitopenia, ou seja, do sangramento provocado pela queda no número de plaquetas; e idiopática, porque a causa da doença ainda não foi identificada.

A PTI afeta uma em cada 10 mil pessoas e pode acontecer mais nas mulheres em idade fértil do que nos homens. Crianças e adolescentes podem apresentar uma forma aguda de PTI, em geral decorrente de um quadro infeccioso viral.

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Doença “das manchas vermelhas” pode ser aguda ou crônica

Quando aparecem manchas roxas estranhas na pele, a pessoa costuma procurar primeiro um dermatologista. E este pode ser o caminho para descobrir se trata-se de doença mais séria ou não, explica o especialista Marcelo Rigatti, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

— O dermatologista vai poder identificar que tipo de púrpura se trata, inclusive solicitando um hemograma no caso de suspeita de algo mais sério. Depois disso, caso se confirme tratar-se de uma enfermidade ligada ao sangue, ele fará o encaminhamento do paciente ao hematologista — explica Marcelo.

A púrpura trombocitopênica idiopática (PTI) é uma doença adquirida e geralmente benigna, de causa desconhecida, que se caracteriza pelas baixas contagens de plaquetas. Segundo a hematologista Karine Amaral, do Ministério da Saúde, a doença pode ser classificada, de acordo com a faixa etária acometida, como infantil ou adulta e, quanto ao tempo de evolução, como aguda ou crônica.

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Sintomas da Púrpura Trombocitopênica Idiopática

A apresentação clínica típica da doença é a ocorrência de sangramentos, em pacientes previamente saudáveis. Frequentemente, há história de processo infeccioso viral nas semanas anteriores ao início do quadro.

Os sangramentos incluem pequenas manchas roxas (chamadas de petéquias), equimoses (manchas maiores) e sangramento mucoso (gengival, nasal, do trato urinário e digestivo). O tratamento com medicamentos tem por objetivo controlar precocemente os sintomas e reduzir o risco de sangramentos graves.

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Entenda melhor sobre a Púrpura Trombocitopênica Idiopática

  • O que é

Doença sanguínea autoimune, que se caracteriza pela destruição das plaquetas, células produzidas na medula óssea e ligadas ao processo de coagulação inicial do sangue.

  • Como a doença se manifesta

Os sintomas surgem quando a queda do número de plaquetas compromete o processo de coagulação do sangue a ponto de provocar sangramentos. Os mais típicos são os sangramentos que se localizam na pele ou nas mucosas sob a forma de petequeias (manchas puntiformes) ou equimoses (manchas maiores).

Podem ocorrer também sangramentos nasais (epistaxes), nas gengivas, gastrintestinais e no trato urinário. A ocorrência de edemas, dor nas pernas e hemorragias menstruais são mais difíceis de controlar. A intensidade dos sintomas varia muito de um paciente para outro. Em alguns casos, eles podem ser assintomáticos e dispensam tratamento.

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  • Diagnóstico

O diagnóstico baseia-se no exame clínico e no resultado do hemograma. Uma vez constatado que o número de plaquetas está baixo, é de suma importância fazer o diagnóstico diferencial, porque doenças como AIDS, lúpus, leucemias e certas infecções virais também provocam queda no número de plaquetas.

  • Tratamento da PTI

Na infância, pode ocorrer remissão espontânea da doença, o que raramente acontece na vida adulta. O tratamento com corticoides por via oral visa controlar os sintomas e provocar aumento gradual das plaquetas no sangue. O risco de sangramento diminui consideravelmente, quando a contagem das plaquetas atinge 50 mil.

Por causa dos efeitos colaterais adversos, o medicamento deve ser retirado aos poucos ou reduzido a doses mínimas o mais depressa possível. Doses altas de imunoglobulina por via intravenosa são úteis para conter os sangramentos agudos e elevar a contagem de plaquetas.

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Como grande parte da produção de autoanticorpos e destruição das plaquetas ocorre no baço, em algumas situações, a remoção cirúrgica desse órgão (esplenectomia) pode estar indicada.

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