Desde 2008, o ponto 22 de análise de balneabilidade pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), que fica ao lado do trapiche da Praia de Canasvieiras, no Norte da Ilha, está, pelo menos uma vez no ano, impróprio para banho. Em 2014, nas cinco medições feitas o órgão fixou o “Impróprio” na placa que indica as condições da água. Esses indicativos, no entanto, não são suficientes para espantar os banhistas, a menos que o perigo se torne visível.
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Neste sábado, um leitor encaminhou ao Diário Catarinense foto que mostra uma mancha próxima ao trapiche, justamente no ponto 22. No domingo, a mancha já não estava presente, mas, de acordo com a Fatma, tudo indica que eram algas que se proliferaram por causa da presença de coliformes fecais na água, o que reforça os resultados das análises.
A água contaminada foi provavelmente levada ao mar pelo rio do Brás, outro ponto impróprio para banho. No curso da água, é possível ver as algas nas margens do rio e alguns animais mortos. Itacir Ambrosi, que tem um apartamento próximo ao rio há 11 anos, diz que viu a mancha e que os moradores contiveram o rio com sacos de areia. Ele garante que a água no ponto 22 é própria para banho. Questionado sobre a placa da Fatma que aponta o local como impróprio, apenas afirma:
– Eu acabei de dar um mergulho no mar e dá para ver que não está contaminado.
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Porém, o analista técnico em gestão ambiental da Fatma, Marlon Daniel da Silva, explica que o perigo existe, apesar de invisível. Mesmo que dejetos não estejam presentes, as análises mostram que a água do local esteve em contato com fezes, por isso a existência de alta quantidade da bactéria E.Coli, comum no trato intestinal dos seres humanos. O volume de nutrientes do esgoto doméstico no mar, junto com a bactéria, tornam a água propícia para a proliferação das algas. As plantas não trazem malefícios aos banhistas, mas indicam o problema.
– Com a dinâmica das águas elas se dissipam, por isso não estão presente hoje (domingo). É a mesma coisa que acontece na lagoa pequena, na Lagoa da Conceição. Mas lá, pela falta de corrente, elas morrem e entram em estado de putrefação – comenta.