Quando os filhos são pequenos, a maioria das mães tenta fazer acrobacias mentais para reconciliar as identidades materna e profissional e justificar a decisão de voltar ao mercado de trabalho (ou não). Desejar ser uma coisa ou outra, sem ao menos pensar em conciliar as duas possibilidades geralmente não é considerado saudável por especialistas.

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De acordo com estudos publicados pelo psicólogo infantil Oliver James, quatro táticas principais são aplicadas pelas mães em diferentes situações, dependendo se ela trabalha em turno integral ou em meio turno, ou se está em casa todo o tempo. Você se identifica com desses estilos de vida?

( ) Vida em branco

Quando a mulher nega uma alternativa para resolver as questões entre maternidade e trabalho. Três quartos das mães que ficam em casa acreditam que trabalhar está completamente fora de questão, por causa do bem-estar dos filhos. Do outro lado, 25% das mulheres que afirmam que seus filhos são “a razão de suas vidas” trabalham de 20 a 30 horas por semana. Quase nenhuma mulher apaga sua identidade maternal em favor da carreira.

( ) Vida separada

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São aquelas mulheres que impõem uma negação da identidade de mãe enquanto trabalha e de trabalhadora quando se está em casa. Infelizmente, celulares e e-mails tendem a misturar as duas rotinas.

( ) Vida miscelânia

É quando a mulher se vê como trabalhadora e mãe em ambos os contextos sociais. Algumas vezes leva o trabalho para casa e, ocasionalmente, o filho para o trabalho. A decisão pode provocar alto risco de desequilíbrio, por misturar sempre as identidades. A metade das mães que trabalham em turno integral sente-se constantemente cansada.

( ) Vida reenquadrada

É quando a mulher abre mão da identidade de profissional para beneficiar o filho, e de sua identidade de mãe para dar mais valor a seu trabalho. É uma manobra de ginástica mental, geralmente com o menos efeitos.

O que diz o especialista

Quem reenquadra os dois lados da vida geralmente tem uma vitória dupla. E é a tática mais comum da mãe que trabalha meio-turno: acredita-se, de acordo com estatísticas do psicólogo infantil, que três quartos das mulheres que a mantêm conseguem integrar, com sucesso, a maternidade e o trabalho.

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A readequação dos dois papéis pode falhar se acabar representando de forma errada as necessidades das crianças. O exemplo mais comum é convencer-se de que elas precisam de estímulo, educação e amigos, quando a evidência surpreendente é de que, até os três anos, toda a criança precisa mais de amamentação do que de pedagogia, e de constante supervisão de um adulto responsável que a conheça bem.

Sobre a suposta necessidade de amigos, é apenas durante o terceiro ano de vida que uma interação maior do que apenas brincar ao lado dos amigos torna-se possível. Mesmo assim, as brigas serão possíveis: quatro em cada cinco crianças de 18 meses, quando brincam juntas, arrancam os brinquedos uma das outras, repetindo a ação por quatro vezes em um período de 45 minutos.

As mulheres também devem estar alertas sobre suas escolhas: o mais perigoso para a saúde mental de uma mãe é quando ela quer uma rotina e vive outra. Uma vida de desespero silencioso se desenvolve rapidamente. A verdadeira solução seria que os homens começassem a sentir – exatamente o tanto que sentem as mulheres – que a presença deles também é importante quando nascem os filhos.