Condenado na Justiça francesa por lavagem de dinheiro, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) disse, na terça-feira, que vai investigar se o Palácio do Planalto está oferecendo cargos para “comprar” partidos e deputados para livrar a presidente Dilma Rousseff do impeachment.

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Membro titular da comissão especial do processo contra a petista, Maluf afirmou que, se ficarem comprovadas as ofertas ao PP, mudará seu voto e defenderá o afastamento dela.

— A única maneira de mostra que eu não recebi, não recebo e não receberei cargos é votando pelo impeachment — declarou.

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Dizendo-se “não comercializável”, Maluf demonstrou indignação com as denúncias de negociação entre o governo e os atuais aliados PP, PR e PSD.

— Quando acho que devo votar, eu voto de graça. Quando eu acho que não devo votar, não tem cargo que faça mudar meu ponto de vista — garantiu.

Maluf disse acreditar que Dilma é uma pessoa correta, honesta e que não merece o impeachment.

— Eu já sofri muito na vida pública. Portanto, eu não posso cometer uma injustiça contra uma pessoa correta — alegou.

PP no governo

O Palácio do Planalto vem sinalizando nos últimos dias que está disposto a ampliar o espaço do PP no governo. Apesar de ter afirmado que só fará reestruturação na Esplanada dos Ministérios após a votação do impeachment na Câmara, na terça-feira, a presidente Dilma entregou a diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para Antonio Iran Costa Magalhães, nome ligado ao deputado Macedo (CE), recém-filiado ao PP, após deixar o PSL. Oficialmente, o Partido Progressista afirma que a nomeação do Dnocs faz parte de uma “dívida antiga” da presidente com a sigla.

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Além da diretoria-geral desse departamento, a cúpula do PP espera, para os próximos dias, mais nomeações para o segundo escalão do governo, principalmente para o Banco do Nordeste (BNB) e para a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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