Na década de 1950, o uso terapêutico de esteroides androgênicos anabolizantes tornou-se importante para o tratamento de pacientes com atrofias musculares, recuperação em cirurgias traumáticas e déficit natural de androgênicos. Em idosos, o uso tem a finalidade de prevenir a perda de massa magra e reduzir o tecido adiposo. No meio desportivo, devido a esta ação direta nos músculos e tecido adiposo, foi largamente disseminado por facilitar e acelerar o desempenho muscular nos diversos tipos de esporte.

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O uso dos esteroides anabolizantes, mesmo nas populações consideradas de uso recomendado, como idosos, pacientes com grandes atrofias e portadores de HIV, a prescrição é restrita aos médicos, que devem avaliar os riscos e benefícios deste uso. O uso abusivo destas substâncias tem colocado em risco a saúde de praticantes de exercícios e atletas que buscam melhorar o desempenho e obter os resultados de forma rápida.

Vários estudos apontam para efeitos colaterais adversos, que incluem desde alterações cardíacas até importantes transtornos metabólicos que podem levar à morte. A campanha contra o uso de esteroides anabolizantes deve começar primeiro pela conscientização dos profissionais da área. Participei recentemente da audiência pública que debateu o uso e o tráfico de esteroides anabolizantes nos ambientes de prática de exercícios físicos promovida pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina. A preocupação com a estética, a obsessão na busca pelo corpo perfeito e a facilidade para a aquisição via internet de anabolizantes explicam, em parte, o crescimento no uso dessas substâncias.

A maior preocupação é com o uso abusivo de substâncias proibidas que estão entrando no mercado, sem controle de qualidade, em rótulos falsificados. As academias do Estado têm sido parceiras dos órgãos competentes no combate ao uso indiscriminado de anabolizantes. Não tenho dúvidas que esta prática tem que ser combatida e denunciada por todos. Trata-se de uma questão de saúde pública.

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