Como é a vida de quem está na linha de frente nesta pandemia de coronavírus? O médico intensivista Henrique Palomba, de 49 anos, mora e trabalha em Florianópolis, mas também atua em São Paulo. As responsabilidades dele aumentaram consideravelmente, o que significa que nos dias de hoje ele fica mais tempo longe da família.

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Logo após o seu último plantão em um hospital da capital catarinense, na manhã desta quarta-feira (15), Henrique chegou a seu lar no bairro Campeche, no Sul da Ilha. No apartamento, moram também a esposa Rosana, de 50 anos, e o filho Pietro, que tem 8 anos, além da madrinha do menino, Lucivania, de 33 anos.

Todas as preocupações do profissional de saúde são extremamente necessárias, como também uma organização mental para manter a tranquilidade. Trata-se uma série de precauções tomadas antes do contato com os outros integrantes da família. Inclusive, ele usa um banheiro separado dos demais.

— Assim que saio do plantão, eu já tomo banho no hospital para diminuir o risco de contaminação, e troco de roupa. A minha esposa já deixa o material separado para mim na garagem. Eu me troco ali mesmo. Tiro a roupa que usei do saco plástico e lavo separada das demais. Vou direto para o banho, depois ponho mais uma muda de roupa e só então vou ao encontro da minha família — explicou.

Ouça a entrevista com o médico Henrique Palombo para o Notícia na Manhã, com Mário Motta:

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Com o número de voos reduzido no Brasil, Henrique tem encarado voos cheios no deslocamento entre as duas cidades. O profissional da saúde acredita que cerca de 90% dos passageiros estavam usando a máscara nas aeronaves em que esteve, a partir do momento em que o equipamento passou a ser mais difundido como um item importante para a proteção.

A rotina de momento impõe quatro dias da semana em São Paulo, e outros três em Florianópolis. Nos dois hospitais particulares paulistanas, a carga horária dobrou, com o grande volume de pacientes que estavam sendo atendidos. Ainda assim, nos plantões mais recentes, o médico ficou com a impressão de algo que todos nós torcemos que se solidifique em um futuro breve.

— Essa semana, não recebi nenhum paciente com necessidade de UTI associada ao Covid-19 nos plantões que atendo em São Paulo e em Florianópolis. Conversando com colegas, nossa impressão é que existe uma tendência de estabilização da pandemia. Tomara que a curva não seja tão ruim como a que ocorreu nos Estados Unidos e na Europa — declarou.

Mesmo com a sensação de que a "tempestade parece estar passando", Henrique reforça a necessidade de se manter os cuidados para evitar a disseminação do vírus no país. O coronavírus causou a morte de 1.532 mortes e 25.262 casos confirmados, segundo os dados registrados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (14).

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