Câmeras de monitoramento que não chegam, efetivo policial reduzido e preocupação com as estatísticas mais recentes da criminalidade em Joinville. Esses foram os temas centrais do debate que reuniu as cúpulas das polícias Civil e Militar, além de lideranças políticas e autoridades ligadas à Segurança Pública nesta segunda-feira, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).

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Responsável pela administração da Polícia Civil em Joinville e outras cinco cidades da região, o delegado regional Dirceu Silveira Júnior não minimizou a necessidade de mais investigadores para Joinville. Segundo o delegado, é hora de se fazer pressão na busca por reforços.

-Temos um delegado trabalhando com meia dúzia de policiais, enquanto a Capital tem a delegacia para apurar crimes contra a vida e outra voltada aos roubos. Ainda que nossa resolubilidade seja altíssima, como seres humanos somos levados à exaustação física-reforçou.

Projetos para ampliar a atuação da Polícia Civil na cidade, disse Dirceu, continuam “parados sobre a mesa” por falta de efetivo. Entre os planos estão uma delegacia a ser instalada na região central de Joinville e uma divisão especial de investigação de crimes contra o patrimônio.

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-Contamos com o mesmo efetivo de dez a 15 anos atrás nas polícias Civil e Militar, mas a cidade cresceu. Isso nos preocupa -criticou o presidente da CDL, Carlos Grendene.

Subcomandante do 8º Batalhão da PM, o major Jofrey Santos Silva observou que casos como o da jovem Mara Tayana Decker, 19 anos, morta de forma brutal recentemente, reforçam a sensação de insegurança. Mas, conforme o oficial, os números de homicídios nos últimos anos foram reduzidos se comparados ao período de 2008 e 2009.

Operações especiais, completou o major, foram colocadas em prática nas últimas semanas e garantiram prisões em flagrante de suspeitos.

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-Nas duas últimas semanas prendemos seis marginais logo após a execução do roubo – apontou.

A CDL agora prepara um documento com os tópicos discutidos ontem para encaminhar à Secretaria do Estado da Segurança Pública. Na lista, ainda serão mencionadas intenções de ampliar o presídio e a penitenciária de Joinville, além de se buscar a terceirização de trabalhos administrativos na PM.

Câmeras vão demorar a funcionar

As cercas de 200 câmeras de monitoramento da Polícia Militar prometidas para Joinville não devem entrar em funcionamento tão cedo. Perguntado na reunião da CDL sobre o que falta para a cidade receber os equipamentos, o secretário municipal da Proteção Civil e Segurança Pública, Francisco José da Silva, justificou que a Prefeitura aguarda apenas o envio dos aparelhos pelo Estado.

Mas a reportagem apurou que o ínicio da operação delas em Joinville pode levar mais de quatro meses. Isto porque as dez empresas contratadas pelo Estado para fornecer os materiais têm 60 dias de prazo de entrega e outros 60 de instalação.

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E o processo de contratação da transmissão dos dados em fibra óptica, que corre paralelamente, está parado devido a uma briga das empresas interessadas na Justiça. Assim, não há data certa para começar a operação das câmeras.