Mais longe do abismo fiscal, Obama volta a curtir o Havaí com a família

Resolvido abismo fiscal, a tranquilidade voltou a reinar na família Obama. Uma semana depois de regressar às pressas aos Estados Unidos para ajudar a solucionar o tenso conflito no Congresso norte-americano, o presidente Barack Obama voltou ao Havaí, onde passa férias com a família.

Uma vez por ano, Obama visita o Estado onde nasceu e passou boa parte de sua infância. Neste ano, porém, a visita foi interrompida pela necessidade da presença de Obama nas discussões no Congresso. Livre temporariamente do risco de abismo fiscal, Obama fez um discurso de oito minutos em frente à Casa Branca.

– Espero que agora todos tenham pelo menos um dia de descanso, ou até mesmo quatro dias de descanso. Precisamos nos renovar, porque temos muito o que fazer em 2013 – disse Obama.

Pouco depois de fazer a afirmação, o presidente estava no avião presidencial com destino ao Havaí, onde já estava sua mulher Michelle, e as filhas Malia e Sasha.

Já em Honolulu, o presidente sancionou o pacote com uma caneta eletrônica, que enviou sua assinatura por e-mail para a Casa Branca.

O conflito no Congresso

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na madrugada da última quarta-feira, pelo horário de Brasília, o acordo para evitar o abismo fiscal que havia passado pelo Senado na noite de Ano Novo. Na Câmara, o placar foi de 252 votos para aprovar o acordo e 167 contra.

Na Câmara, a última terça-feira foi marcada por reuniões a portas fechadas, primeiro dos democratas, depois dos republicanos. Até entre os próprios colegas de partido parecia haver divergências intransponíveis. No final, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner votou a favor do acordo, mas o líder republicano na casa, Eric Cantor, votou contra.

Inicialmente os republicanos queriam fazer emendas ao projeto aprovado no Senado, pedindo mais corte de gastos públicos. Mas o senador democrata Harry Reid, líder no Senado, declarou que um novo plano com emendas não seria votado e pediu para seus colegas de senado irem embora para suas casas.

A sessão da Câmara foi interrompida por volta das 13h20 (16h20 de Brasília) de terça-feira e só retomada no início da noite. A votação terminou às 23h (2h de Brasília).

No acordo aprovado pelo Congresso, americanos que ganham mais de US$ 400 mil por ano (ou US$ 450 mil se for um casal) pagarão mais imposto de renda (a taxa subiu de 35% para 39,6%) a partir desta quarta-feira. Além disso, o corte de gastos de programas do governo americano foi postergado por dois meses. Esses cortes equivalem a US$ 1,2 trilhão em dez anos.

Benefícios a desempregados foram mantidos por mais um ano. O acordo não menciona a elevação do teto da dívida pública americana, que chegou ao limite e precisa ser aumentado.