Mais duas pessoas estão sendo investigadas pela Polícia Civil de Santa Catarina no desaparecimento do menino de 2 anos, que foi encontrado na segunda-feira (8) em São Paulo. Uma mulher e um homem, localizados junto com a criança, já foram detidos por tráfico de pessoas, segundo o delegado-geral Ulisses Gabriel. As informações são do g1 SC.

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O menino estava desaparecido desde 30 de abril na Grande Florianópolis e foi encontrado dentro de um carro com Roberta Porfírio e Marcelo Valverde Valezi. As investigações, que estão em sigilo, seguem por parte da Polícia Civil.

— Outros dois investigados já foram identificados, são pessoas que provavelmente ficariam com a criança. A delegada já está ciente e pronta para tomar medidas — declara o delegado.

Desaparecimento de menino em SC pode revelar “ponta de iceberg” de esquema de tráfico de pessoas

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O inquérito é conduzido pela delegada Sandra Mara, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami) de São José. Ela explica que a mãe foi induzida a doar a criança.

Conforme a investigação, o homem preso e a mãe do menino teriam se conhecido em um grupo sobre gravidez nas redes sociais após a jovem descobrir a gestação. Desde então, Marcelo tentava convncer a mulher a entregar o bebê.

A investigação também busca entender se houve algum tipo de troca financeira durante a doação.

— A mãe nega ter recebido vantagem, mas nós só teremos essa certeza com a quebra do sigilo bancário de todos os envolvidos — afirma a delegada.

Apesar da suspeita de entrega voluntária, o ato de registrar o filho de outra pessoa como próprio é considerado crime, segundo o Código Penal.

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Ainda de acordo com a delegada, a mãe da criança “tem uma fragilidade emocional e psicológica muito grande” e o pai não foi localizado.

— A criança está somente registrada no nome da mãe. Mas foi apontado um possível pai para nós. Nós cumprimos mandado na casa dele também, de todas as pessoas que foram indicadas pela investigação — complementa.

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Volta para SC segue indefinida

A volta da criança para Santa Catarina segue indefinida, segundo o secretário de Estado de Segurança Pública, Paulo Cezar Ramos de Oliveira. Isto porque o retorno depende do Poder Judiciário de São Paulo. No momento, o menino está em um abrigo na capital paulista.

Em nota, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou que entrou com uma ação para que ele seja transferido para São José, na Grande Florianópolis, onde mora.

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Contrapontos

Fernanda Salvador, que defende Roberta, nega que tenha havido o crime de tráfico de pessoas e que o bebê estivesse desaparecido, já que a mãe teria entregue a criança junto com os documentos. Marcelo não teria viajado para o outro estado, mas intermediado a conversa entre as duas partes.

A advogada relata, ainda, que a mãe teria dito que estava em “cenário de vulnerabilidade, em ambiente tóxico” quando conversou com o casal de São Paulo.

Roberta fez a retirada da criança em Santa Catarina com o carro pessoal. As placas teriam sido adulteradas na saída do Estado, segundo a polícia. A defesa, no entanto, diz que desconhece a informação.

No fim de semana, Roberta e o marido procuraram a advogada, que os orientou a procurar o Fórum do Tatuapé e entregar o menino.

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Marcelo, então, acompanhou Roberta até o local. Os dois estavam no carro onde o bebê foi encontrado, na Zona Leste da capital, na segunda (8), quando foram abordados pela polícia e detidos em flagrante por suspeita de tráfico de pessoas.

Já a defesa de Marcelo afirmou que ele conheceu a mãe da criança há dois anos, quando tinha o interesse de adotar, mas não soube dizer se seria em um grupo de algum aplicativo de mensagens ou em redes sociais.

Ainda segundo as advogadas Laryssa Nartis e Katharine Grimza, na época, o homem foi procurado pela mãe da criança, que tinha o interesse em “doar” o filho. Porém, recentemente, ela teria entrado em contato novamente com ele e alegou que estava passando por problemas. O homem, então, teria indicado Roberta e o marido, que passaram a tratar sobre a adoção.

Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente e seguindo nossos preceitos éticos e editoriais, a NSC não identificará a criança que foi levada de Santa Catarina e encontrada em São Paulo.

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