“ Para muitas pessoas, viver experiências que impactam nossa vida, alterando nossa forma de pensar e de agir, pode parecer raro ou difícil. No entanto, tais transformações podem ser provocadas por aspectos triviais do cotidiano, aparente insignificantes, como escutar música, ver um filme, ler um bom livro ou jogar um game. A transformação silenciosa e gradativa que a arte proporciona cria o que chamamos de bagagem cultural, que não pode ser subestimada, pois é ela que definirá a nossa maneira de ver e sentir o mundo.
Continua depois da publicidade
O grande desafio, quando consideramos os recursos artísticos no contexto do desenvolvimentos dos vídeo games, está em superar a expressão da arte como um mero entretenimento, uma iniciativa superficial e sem propósito. O foco de uma obra artística está nas possibilidades de relação que ela terá com o público e nos resultados desse encontro. A arte é ousada e pretensiosa por natureza, justamente porque sabe que pode mudar a vida das pessoas.
Com menos de 50 anos de existência, o mercado dos games está em expansão, empregando milhares de pessoas e conquistando um público cada vez mais variado. Desde a sua criação, os games evoluíram rapidamente. Antes, os pixels podiam ser contados na tela do Pong, já os gráficos atuais são ultra realistas, muitas vezes superando o cinema em relação à qualidade técnica e até mesmo roteiro. É preciso eliminar preconceitos e reconhecer o potencial que os jogos têm de ampliar a possibilidade de imersão, assim como modificar a visão de mundo dos consumidores e até questionar valores de uma sociedade, sem perder seu propósito fundamental: a diversão.
Deve-se incentivar a aproximação das duas áreas – games e arte – e fomentar o diálogo entre profissionais, simpatizantes e gamers apaixonados, de modo que se produzam cada vez mais obras primas dos games, como Shadow of the Colussos e Journey. Assim, talvez um dia o jogo do Mário Bross possa ser tão respeitado, como o livro Pequeno Príncipe. “
Continua depois da publicidade