Qualquer cifra é nada diante do sofrimento imensurável provocado pelo incêndio da boate Kiss, que ceifou a vida de 239 pessoas na madrugada de 27 de janeiro. Porém, a tragédia gerou e seguirá gerando diferentes tipos de demandas para manter a permanente estrutura de atendimento a familiares das vítimas, sobreviventes e inúmeras pessoas envolvidas com a tragédia.
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Um levantamento feito pelo Diário junto às secretarias municipais e a Defesa Civil revela que município, Estado e União gastaram pelo menos R$ 2, 3 milhões com o pagamento de funerais, transporte aéreo e vários outros tipos de despesas envolvendo o desastre (veja detalhes ao lado). Para os próximos dois anos, o poder público estima um gasto de mais de R$ 10 milhões. Esse valor pode aumentar ainda mais conforme as projeções que deverão ser repassadas à União no começo de maio, quando termina o prazo de validade do decreto de emergência. Com a situação reconhecida pela União, um plano de ações de recuperação será encaminhado ao Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, onde será avaliado anualmente e terá aporte de recursos do Estado e da União.
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Segundo a secretária de Saúde, Anny Desconzi, a sua pasta deve ficar com o maior bolo da fatia de despesas previstas para os próximos dois anos, principalmente para manter a estrutura necessária para o atendimento aos envolvidos na tragédia. Pelo menos R$ 3,2 milhões foram estimados como valores necessários para suprir as necessidades da pasta.
_ Desde o dia 1º para cá, tivemos outros tipos de despesa, que devem constar no plano de ações de recuperação. Cada um (município, Estado e União) entrou com sua parte _ afirma Anny.
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Duas contas são mantidas pela Cruz Vermelha para recebimento de doações de pessoas anônimas e de empresas. No entanto, elas estão muito abaixo do esperado: cerca de R$ 2,5 mil foram depositados até agora. Os valores estão sendo destinados ao ressarcimento do valor de 15 funerais.
_ Nesses casos, as famílias emitiram nota fiscal em nome deles, e por isso a prefeitura não pode mais assumir a conta. Conforme as doações chegam, nós repassamos às famílias como ressarcimento _ afirma Odir Ravanello, superintendente da Assistência Social.

