Em Florianópolis, 91% dos jovens até 16 anos de idade completam o ensino fundamental. O resultado está acima da média nacional, que é de 83%. O dado é de um levantamento do Todos pela Educação e considera os números da rede municipal de ensino.

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Com relação às crianças entre 4 e 5 anos, 100% delas frequenta a escola na Capital. Com base nos números, na cidade, o ponto mais crítico está entre as crianças de 0 a 3 anos, em que apenas 57% estão matriculadas. Ou seja, das 15 mil crianças desta idade, apenas 8 mil estão na escola.

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Quando se trata da análise de anos iniciais da rede municipal, com base no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Florianópolis ocupa o 4° lugar, entre as 26 capitais analisadas. Já com relação aos anos finais, a cidade fica na 4ª posição, entre 22 capitais.

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Língua portuguesa e matemática

Os dados ainda mostram que, em 2019, 35% dos estudantes de 9° ano da rede municipal de Florianópolis tinham aprendizagem adequada em língua portuguesa. Neste quesito, a Capital também fica acima da média nacional, que é de 33%.

Com relação à matemática, 19% dos alunos de 9° ano da rede municipal tinham aprendizagem adequada em 2019, colocando a cidade acima da média nacional, que é de 17%.

Investimento por aluno e infraestrutura de escolas

Entre 2011 e 2023, o investimento por aluno na rede municipal teve uma variação de aproximadamente 78% em Florianópolis, enquanto a média nas outras capitais foi de cerca de 49%. Atualmente, a cidade aplica R$ 21,8 mil por estudante, sendo que nacionalmente o valor médio é de R$ 13 mil.

Com relação à infraestrutura para pesquisa, 63% das escolas da cidade possuem biblioteca, 19% possuem laboratório de ciências e 30% possuem laboratórios de informática. Os três dados ficam acima da média nacional. O único quesito em que a Capital fica abaixo é o de quadra coberta, com 25%. A média nacional é de 28%.

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Além disso, 98% das escolas públicas da cidade têm acesso à fibra ótica, sendo que 29% delas têm a velocidade adequada.

Segunda capital com mais professores temporários

A cidade conta com 137 escolas, 39.410 estudantes e 2.642 professores na rede municipal. Florianópolis é a segunda capital em percentual de educadores temporários na rede municipal, com percentual de 55%. A capital catarinense só fica atrás de João Pessoa (PB).

O levantamento mostra que Florianópolis é a 8ª capital em remuneração média de educadores no país. No Brasil, a média salarial é de R$ 5.695, já a média de capitais é de R$ 7.296.

O que diz a Educação

A reportagem conversou com Eduardo Savaris Gutierres, secretário municipal da Educação de Florianópolis, para comentar os números da Capital. Em entrevista, Gutierres pontuou cada uma das categorias analisadas e destacou que o levantamento do Todos pela Educação revela o “intenso trabalho realizado pelo município de Florianópolis na área da educação, colocando-o nas melhores colocações, estando acima da média nacional na maioria dos quesitos”.

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Baixo número de matrículas em creches

Em Florianópolis, das 15 mil crianças em idade de 0 a 3 anos, apenas 8 mil estão matriculadas na rede municipal. Neste quesito, o secretário municipal cita que a etapa da creche não é considerada obrigatória, mas sim um direito que deve ser oferecido pelos municípios. Pela falta de obrigatoriedade, segundo ele, famílias optam por não matricularem seus filhos desta idade.

— Florianópolis é uma das capitais que melhor se destaca na gestão por vagas nesta etapa da educação infantil, com filas de espera muito pequenas em algumas localidades. Ainda, importante destacar, na educação infantil há vagas disponíveis para a comunidade durante todo o ano letivo — afirma.

Estrutura das escolas

Gutierres reforça que, em questão de estrutura das escolas básicas de Florianópolis, a maioria possui salas informatizadas e contam com investimentos em infraestrutura, materiais pedagógicos e outros. Com relação ao número baixo de quadras cobertas, que fica abaixo da média nacional, comenta que a Secretaria faz um estudo em todas as unidades educativas para que a cobertura seja feita ainda no próximo ano.

— Já há, por derradeiro, o compromisso que o projeto de todas as novas Unidades Educativas tenham a previsão da cobertura das quadras.

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Segunda capital com mais professores temporários

No que diz respeito ao alto número de professores temporários, o secretário diz que, “em que pese a vontade da gestão em ampliar as chamadas dos concursos”, as efetivações não podem acontecer por limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal. Além disso, afirma que “são diversos os motivos de afastamentos de profissionais”, o que amplia o número de profissionais substitutos. No entanto, não citou as motivações.

— Em 2023, Florianópolis investiu 73% de todo o seu orçamento em educação com folha de pagamento. Foi o maior investimento da história em Educação (32%) e parte significativa foi investida em pessoal. Nos últimos anos foram realizadas diversas chamadas de concursos, muito acima das vagas previamente estabelecidas nos concursos originários. Além disso, um grande novo concurso foi realizado na área da educação no final do ano passado.

O levantamento

O levantamento do Todos pela Educação usa como base dados do Ministério da Educação (MEC), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outro órgãos.

O material, produzido no contexto de eleições e que visa qualificar o debate público sobre o tema, traz dados de todas as capitais brasileiras. Posteriormente, a base de dados Educação Já Municípios pretende levantar informações sobre todas as cidades do país.

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