O governo fluminense agiu rápido e com dureza. Entre a madrugada e a tarde desta sexta-feira, 78 PMs e bombeiros foram presos por adesão à greve de todos os segmentos do aparelho de Segurança Pública do Rio, anunciada na noite anterior.
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Outros seis policiais militares tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça Militar, por quebra do regulamento que os proíbe de paralisar atividades e também por incitação à desordem. Com isso, são 84 os grevistas presos.
O resultado dessa demonstração de força governamental é perceptível nas ruas. A dourada orla carioca, na Zona Sul, está com policiamento normal. A cada duas quadras, no máximo três, é possível ver uma viatura da PM estacionada, com ocupantes olhando a praia de binóculo. Outros circulam a pé ou de bicicleta. A grande preocupação do governo, a de que a greve espantasse turistas, parece que não vai se confirmar. A faixa à beira-mar entre Botafogo e Copacabana, vários quilômetros, está totalmente ocupada por banhistas. Os bares estão cheios. Nada que lembre Salvador nos dias de greve.
ZH também checou a mobilização de policiais civis. Na 9ª DP, situada no Catete (área central), o expediente era normal. A própria Cinelândia, onde mais de 3 mil policiais fizeram uma grande manifestação na noite de quinta anunciando a greve, está hoje sem manifestantes. Apenas os cartazes, anunciando os motivos da paralisação, estão colados por toda parte.
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Os policiais civis e militares exigem piso salarial de R$ 3,5 mil. Hoje um PM ganha cerca de R$ 1,6 mil, mas o Legislativo fluminense aprovou, na véspera da greve, reajuste de 39%. Com isso, o salário básico do PM pode ficar em R$ 2,3 mil.