Uma sala no complexo do salão paroquial da igreja de São Cristóvão, no Cordeiros, em Itajaí, se tornou a casa de Suelen da Silva, 31 anos, por tempo indeterminado. Um cobertor, três mudas de roupa e os filhos a tiracolo são os bens que ele tirou de casa antes de sair, quando a água começou a entrar pelo quintal.
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Moradora da região conhecida como Murta, no Cordeiros, a revisora de facção está acostumada a sair de casa. A peregrinação foi a mesma em 2008, 2009, 2010 e 2011. O ano passado foi o único dos últimos quatro que a a chuva deu uma trégua.
Os filhos sentem falta da televisão, já se preocupam em perder aula, caso precisem ficar muitos dias no abrigo, mas já se acostumaram a morar numa área suscetível a alagamentos. Dividem a sala com outras três famílias na mesma situação.
As 89 pessoas retiradas principalmente da Murta e de uma localidade conhecida como Vila da Miséria, ficarão no abrigo até que a água baixe. Foram retiradas por funcionários da secretaria de Obras assim que os primeiros sinais de que o alagamento seria incontestável.
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Neste ano, de acordo com a Defesa Civil, não houve problema em retirar nenhum morador de casa. Em anos anteriores era comum muitos relutarem em sair de casa e isso só ocorria quando os imóveis já estavam tomados pela água.
Em outras áreas da cidade, como na Barra do Rio, moradores passaram o domingo levantando móveis. Tudo para minimizar possíveis danos em caso de enchente. Ninguém está disposto a ser pego desprevenido.
A orientação da Defesa Civil é que os moradores de áreas atingidas em 2011 levantem os móveis e fiquem atentos. O salão paroquial, por enquanto, é o único abrigo aberto pela prefeitura. O local tem condições de abrigar 700 pessoas.
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A Escola Nereu Ramos, no Bairro Fazenda, está funcionando como centro logístico da Defesa Civil. Doações de alimentos podem ser feitas no Centreventos de Itajaí.