As águas perigosas em Jaguaruna, no Litoral Sul de Santa Catarina, esconderam de navegadores por muitos anos uma armadilha: grande pedra por debaixo do mar. Na “Laje de Jaguaruna”, que ficou conhecida por “cemitério de navios”, foram registrados ao menos 72 naufrágios, conforme contam pesquisadores. As informações são do Globo Repórter.

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— Além da pedra, que é nossa esquina da Jaguaruna, fortes ventos empurravam essas embarcações para as praias. Essas embarcações encalhavam, partiam no meio e ali naufragavam — explica o historiador e arqueólogo Alexandro Demathe.

Por baixo do mar ainda é possível encontrar sobras de algumas embarcações. Há destroços, por exemplo, do navio Guaratinga que naufragou em 1954. Imagens dessas peças que sobraram foram feitas pelo mergulhador Daniel Marques, que nada há 12 anos em busca de naufrágios.

— As condições do mar sempre são muito difíceis, porque ele está a aproximadamente 150 metros da costa, na arrebentação, onde quebra a onda — conta um mergulhador da cidade que nada há 12 anos em busca de naufrágios.

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A “Laje de Jaguaruna” também é um abrigo para corais, crustáceos e peixes. O local foi mapeado pela marinha em 1950 e, agora, pesquisadores querem atualizar os dados de naufrágio. Foi por isso que recentemente, eles fizeram a chamada “batimetria” no local, um retrato da formação rochosa.

— Assim como as montanhas que a gente vê por aí, ela tem uma forma, um pico. E com o levantamento batimétrico, a gente consegue fazer um levantamento de como ela se forma do fundo — destaca Diego.

A montanha subaquática é de cerca de 1,2 mil metros de comprimento, 900 metros de largura e 30 metros de altura, conforme descobriu o oceanógrafo.

Pedra é paraíso de surfistas

O local que aterrorizou navegadores, hoje é o paraíso de surfistas que buscam por ondas gigantes em Santa Catarina. É na Laje de Jaguaruna, e por conta da formação rochosa ao fundo do mar, que grandes ondas se formam. São as maiores já registradas no Brasil.

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Para que os atletas cheguem até lá, porém, é necessário ajuda de um de jet ski — que fica disponível para resgate dos surfistas. As maiores ondas no local chegaram a 15 metros de altura.

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