O número de municípios afetados pela chuva em Santa Catarina subiu para 70, segundo o último boletim da Defesa Civil do Estado, divulgado às 11h30 desta quinta-feira. Desde sábado, já são 6.849 pessoas afetadas, 697 desabrigadas e 337 desalojadas.

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A situação é mais crítica no Oeste, no Alto Vale do Itajaí e no Litoral Norte. Ao todo, 1.764 residências foram diretamente atingidas por alagamentos, deslizamentos de terra, queda de árvores e inundações, segundo a Defesa Civil.

Rio do Sul tem a situação mais crítica da região. O nível do rio Itajaí-Açu na cidade atingiu 8,84 metros às 5h desta quinta-feira, sendo que a cota emergencial é de 10,5 m e a cota prudencial de 11,5 m. Cerca de 400 pessoas precisaram sair de casa e estão nos 12 abrigos abertos pela prefeitura da cidade.

Em Brusque, a elevação do nível do rio Itajaí-Mirim também faz a cidade ficar em alerta. Segundo os agentes que monitoram a situação, se o rio continuar a subir, a recomendação é a retirada de móveis e busca por lar provisório, sobretudo nos bairros de Limoeiro, Santa Terezinha, Santa Rita, Guarani, Rio Branco e Dom Joaquim.

Em Blumenau o nível do rio Itajaí-Açu atingiu 8,71 metros nesta madrugada e pelo menos seis ruas ficaram alagadas, sobretudo nos bairros Fortaleza e Itoupava Norte. Um abrigo permanece aberto preventivamente na cidade.

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Em Balneário Camboriú, no Litoral Norte, 67 pessoas foram retiradas das residências de forma temporária por prevenção. Elas seguem em abrigos fornecidos pela prefeitura. Equipes da Defesa Civil, juntamente com as prefeituras, realizam nesta manhã um levantamento em todas as áreas.

A barragem de Ituporanga está com 79% de capacidade e trabalha com duas comportas abertas e três fechadas, o nível da barragem é de 28,18 m. Em Taió, todas as comportas estão fechadas e a capacidade está em 67%, com nível em 18,82 m.

Em Joinville, duas casas foram interditadas na manhã desta quinta-feira por causa de um deslizamento. Segundo a Defesa Civil, as residências ficam na rua Carlos Stamm, no bairro Vila Nova. Também foi registrado um deslizamento na rua Manaus, no bairro Saguaçu. O volume de chuva na cidade chegou a 113 mm nos últimos quatro dias.

No extremo-Oeste do Estado, o Rio Uruguai é motivo de preocupação. Por volta das 20h de quarta-feira, atingiu 10,3 metros acima do nível normal em Itapiranga e alagou uma das avenidas da cidade, interrompendo o acesso para o distrito de Sede Capela e linha Presidente Becker. No final da noite, a chuva na região reduziu a intensidade. A vazão da hidrelétrica de Foz do Chapecó – situada entre Águas de Chapecó e Alpestre – chegou a 19 mil metros cúbicos por segundo durante, mas tem reduzido desde então, de acordo com o último registro, divulgado às 11h desta quinta-feira, estava em 13 mil metros cúbicos por segundo.

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Estradas

Estradas também ficaram comprometidasno Estado. Ao menos 11 pontos de interdição total ou parcial foram registrados no Estado. De acordo com a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), sete estradas estaduais foram afetadas desde que a chuva começou. Já nas rodovias federais, ao menos quatro precisaram ser bloqueadas momentaneamente.

Escolas

Pelo menos 36 mil alunos da rede estadual não terão aulas nesta quinta e sexta-feira, nos municípios mais afetados pela chuva. Em Brusque, as escolas municipais também não tem aula.

Próximos dias

A chuva deu trégua na Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Norte do Estado nesta quinta-feira, mas a previsão indica chuva, principalmente para o Litoral Sul e Serra. O alerta da Defesa Civil e da Epagri Ciram é para regiões em que os rios já estejam em nível elevado e o solo, encharcado, o que aumenta o risco de deslizamentos de terra. Para o Vale do Itajaí e Litoral Norte, no entanto, a previsão indica chuva fraca pela manhã e até aberturas com sol à tarde. No Oeste e no Meio-Oeste, tempo nublado, com chuva isolada.

No Sul do Estado e no Litoral catarinense, estão previstas rajadas de vento de até 90Km/h. Por conta desse fenômeno, o mar fica agitado, com picos de onda de 4 metros, o que desaconselha a navegação com embarcações médias e pequenas.

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Ouça a reportagem de Cristian Delosantos: