O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou, durante todo o ano passado, 62 pessoas em situação de trabalho análogo à escravidão em Santa Catarina. No cenário nacional, o número foi o maior em 14 anos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (10) pelo MTE e se referem aos estabelecimentos de zonas urbanas e rurais.
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De acordo com o balanço, Santa Catarina foi o 12° estado com mais pessoas encontradas em situação análoga à escravidão no ano passado. No período, foram feitas 16 fiscalizações, com o total de R$322.954,02 em indenizações pagas.
Ainda segundo o MTE, até junho de 2023, os municípios catarinenses que mais registraram autos de infração foram: Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, Bom Retiro, na Grande Florianópolis e Urubici, na Serra catarinense.
Maior número em 14 anos
Em 2023, foram encontrados 3.190 trabalhadores em situação de trabalho análogo à escravidão no Brasil. Segundo o balanço, foram fiscalizados 598 estabelecimentos urbanos e rurais, o que possibilitou o pagamento de R$ 12,8 milhões em verbas salariais e rescisórias aos trabalhadores resgatados após atuação dos auditores federais.
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Entre os estados, os maiores resgates ocorreram em Goiás (739), Minas Gerais (651) e São Paulo (392). Minas Gerais foi o estado com mais ações realizadas, com 117 fiscalizações.
O cultivo de café foi o setor com o maior número de resgatados, totalizando 302 trabalhadores escravizados, ficando à frente do setor da cana-de-açúcar, com 258 resgates, que liderava os dados até meados do ano passado.
No Sul, o MTE realizou 84 ações e 497 resgates no ano passado, sendo o Rio Grande do Sul o quarto estado com mais pessoas resgatadas, com total de 334 resgates em 2023.
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A Região Sudeste registrou o maior número de ações e resgates, com 225 estabelecimentos fiscalizados e 1.153 trabalhadores resgatados, seguido do Centro-Oeste, com 114 fiscalizações e 820 resgates.
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O Nordeste aparece em seguida, com 552 trabalhadores resgatados e 105 ações realizadas. No Norte, 168 resgatados e 70 ações realizadas pelo MTE.
Com esses dados, subiu para 63,4 mil o número de trabalhadores flagrados em situação análoga à escravidão desde que foram criados os grupos de fiscalização móvel, em 1995.
O combate ao trabalho análogo à escravidão conta com a possibilidade de denúncias feitas de forma remota e sigilosa no Sistema Ipê.
Confira os números por estado
- Goiás – 739
- Minas Gerais – 651
- São Paulo – 392
- Rio Grande do Sul – 334
- Piauí – 158
- Maranhão – 107
- Paraná – 101
- Bahia – 87
- Espírito Santo – 77
- Alagoas – 74
- Pará – 74
- Mato Grosso do Sul – 70
- Santa Catarina – 62
- Paraíba – 62
- Ceará – 40
- Tocantins – 38
- Roraima – 37
- Rio de Janeiro – 33
- Pernambuco – 24
- Rondônia – 16
- Mato Grosso – 10
- Amazonas – 3
- Distrito Federal – 1
- Rio Grande do Norte – 0
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