No começo de junho o verde, o azul e o amarelo foram renovados. Com a proximidade da Copa do Mundo, era chegada a hora de retocar o desenho da bandeira do Brasil, pintada no asfalto da rua Peru, no bairro das Nações em Balneário Camboriú, durante a Copa das Confederações de 2013. Desde então o símbolo maior da nação completa o cenário de alegria que toma conta da última casa da rua, onde uma pra lá de unida família Serpa festeja a cada partida da Seleção – e o resultado dentro de campo nem é o mais importante nessa história.

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Nesta segunda-feira, claro, o encontro se repetiu para acompanhar o jogo em que o Brasil venceu Camarões por 4 a 1 e garantiu classificação às oitavas do Mundial. A matriarca da família – e da torcida – é dona Nadir Vicente Serpa, aposentada de 74 anos.

Na residência em que vive sozinha com o marido, seu Antônio, ela reúne durante os jogos boa parte dos 10 filhos (o 11º morreu há quatro meses), 38 netos e 19 bisnetos, além das noras e genros. A animação começa cedo, e não tem hora pra terminar.

– É uma festa. Mora todo mundo perto e a gente sempre foi unido. Os mais novos que começaram com essa ideia de torcer todo mundo aqui em casa – comenta dona Nadir.

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Filho da aposentada, Osvaldo Serpa, 47 anos, conta que os familiares costumam almoçar todo domingo juntos e que a ideia é reforçar os laços afetivos entre eles. A Copa deste ano, principalmente por estar acontecendo no Brasil, foi mais um motivo para aproximar os parentes.

– A família é grande e é muito bom ter esses momentos de confraternização, de união. E período de Copa sempre desperta mais vontade de torcer, então nada melhor que fazer isso juntos – destaca.

– No último jogo tinha 42 pessoas assistindo e mais de 50 vieram pro almoço do domingo – acrescenta Danielle Eloísa Serpa, 32 anos, neta de Nadir e Antônio.

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Torcer, comer e apostar

Durante os 90 minutos a concentração é na cozinha da casa, onde a torcida pela Seleção pode ser acompanhada pela boa e velha pipoca, além de outros lanches preparados especialmente para a partida. Entre um lance e outro – observados com extrema atenção e seguidos de muitas exclamações, algumas impublicáveis como em qualquer jogo de futebol que se preze – porções de amendoim, bolinhos de chuva, cachorro-quente e torta alemã não deixam nenhuma barriga vazia.

A diversão ainda tem um bônus: o bolão da família Serpa. No duelo de ontem mais de 20 familiares fizeram suas apostas, ao preço de R$ 2, com palpites que iam do magro 1 a 0 para o Brasil até otimistas 7 a 2 para a Seleção verde e amarelo. No fim, os 4 a 1 ficou de bom tamanho. Valeu a vitória no gramado e valeu mais um dia feliz na última casa da rua Peru.