Chama a atenção dos visitantes que passam pela trilha ecológica do Parque do Rio Vermelho, em Florianópolis, a quantidade de animais que podem ser avistados. São dezenas de espécies de aves, macacos, iguanas, cobras, corujas e outros bichos que habitam os viveiros ao longo do caminho. Para muitos, este é o primeiro contato com estes animais silvestres que deveriam estar na natureza, mas infelizmente nunca mais poderão ser soltos, pois foram vítimas de maus-tratos, tráfico e acidentes.
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Acompanhados do monitor ambiental, o casal Débora Vargas e Leonardo Sepoldo, e o filho Kauãn, de cinco anos, todos do Rio de Janeiro, aproveitaram pra conhecer um pouco mais da história do parque e mostrar para o menino:
— Achei bem interessante. A visita não foi planejada, a gente tava passando aqui na frente resolveu entrar. Gostamos muito, a trilha é muito organizada, acho importante passar essa consciência sobre os animais para o nosso filho — disse Débora.

Educação ambiental
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As que podem ser avistadas na trilha são uma pequena amostra de todas as espécies que estão no Parque do Rio Vermelho. Em outra área que não é aberta para visitação, funciona o Centro de Triagem Animais Silvestres (Cetas). O trabalho que reúne preservação, educação ambiental e reabilitação animal atendeu cerca de 3 mil animais em 2016. Atualmente, são cerca de 700 em reabilitação. O trabalho é feito pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma) em parceria com a ONG R3 Animal e Polícia Militar Ambiental.
Só podem ter contato com humanos aqueles que, infelizmente, não poderão retornar para a natureza. A bióloga responsável, Josiele Felli, explica que o foco deles sempre é a soltura, como na última semana, em que 221 foram reintroduzidos em seu habitat natural:
— Nem sempre conseguimos, às vezes eles estão muito machucados ou foram domesticados demais e não sobreviveriam na natureza. Quando soltamos não revelamos os locais para evitar a ação de caçadores — explica.
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Dentre os bichos que estão na área reservada atualmente estão um filhote de capivara que foi encontrado na beira da estrada na região do Maciambu, três filhotes de mão pelada (guaxinim), um quati, uma cotia, um cachorro do mato, um gato do mato e três bebês corujas que serão liberados assim que aprenderem a voar.
— Um dos animais que exigiu mais cuidados que passou por aqui foi o cuxiú preto, uma espécie de macaco ameaçada de extinção, apreendida em Lages que posteriormente foi levada para o Rio de Janeiro — recorda Josiele.
Serviço
O Parque Estadual do Rio Vermelho é aberto para visitação gratuita de terça a domingo, das 10h às 17h.
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A trilha pode ser feita somente acompanhada de um monitor ambiental, com saídas a cada meia hora.
Telefones (48) 3665-4492 ou (48) 99828-8952 e pelo trilha@fatma.sc.gov.br.
O local ainda dispõe de área para piquenique.
Como denunciar
Possuir, vender ou comprar animais silvestres é proibido por lei. As denúncias podem ser feitas no 190 ou diretamente na unidade da Polícia Militar Ambiental do Parque do Rio Vermelho, no telefone
(48) 3665-4487.