Um site é acusado de vender e não entregar ingressos do Rock in Rio 2013. Mais de 200 vítimas já foram identificadas. Elas começaram a desconfiar do golpe por causa do atraso na entrega dos bilhetes, que chegavam a custar até R$ 500.
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O portal rockinrioingressos.com.br, que vendia os bilhetes, não está mais no ar. Foram criadas comunidades nas redes sociais para denunciar a fraude e há denúncias de várias partes do País.
Os organizadores do evento afirmam que não se responsabilizarão pelo golpe.
– Em geral, as pessoas compram esses ingressos com antecedência e começam a vendê-los. Mas a veracidade deles só é garantida pela venda oficial. Usamos várias estratégias para evitar falsificações, mas elas podem acontecer – diz Fabiane Guimarães, gerente de comunicação do festival.
Durante os três primeiros dias de shows, segundo Fabiane, não chegaram à organização casos de ingressos falsificados. – Mas foram presos alguns cambistas que tentavam vender ingressos nas imediações da Cidade do Rock – diz.
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As primeiras vítimas do golpe surgiram há poucas semanas. É o caso do físico Whalem Santos, de Uberlândia, em Minas Gerais. Por meio de boleto bancário, ele pagou R$ 300 pelo ingresso com direito a uma camiseta. Após desconfiar que havia sido enganado, descobriu que o boleto, na verdade, era uma ordem de pagamento. O número que consta no documento é o mesmo para todos que compraram pelo site.
O empresário Rodrigo Toni, de São Paulo, adquiriu dois ingressos, cada um por R$ 450.
– Recebi um comprovante da compra por e-mail. Fiquei tranquilo – relata. Também foi o atraso na entrega que despertou a sua desconfiança. – Quando tentei entrar em contato, os e-mails começaram a voltar – conta. Acostumado a fazer compras pela internet, Toni relata que não desconfiou do site, que exibia uma certificação da empresa Visachek, indicando tratar-se de uma “compra segura.”
Há casos em que o prejuízo foi ainda maior, já que também foram comercializados hotel e passagem aérea. Um professor de Camboriú, em Santa Catarina, relata ter perdido mais de R$ 2 mil.
Fraudes
– O melhor jeito de evitar fraudes é tentar identificar o fornecedor – observa Laércio Godinho Teixeira, assessor técnico da diretoria de atendimento e orientação ao consumidor do Procon. Segundo ele, o internauta deve procurar informações sobre a empresa, como endereço, CNPJ e telefone. Outra medida de segurança é buscar referências do site no endereço www.registro.br . – É uma fonte para verificar se o site existe.
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A reportagem tentou localizar, sem sucesso, os responsáveis pela empresa citada pelas vítimas. Os próprios prejudicados fizeram uma investigação, que chegou a um endereço em Belém, no Pará. Nada foi encontrado no local.
Nos boletos emitidos e nos e-mails enviados aos clientes, constava o nome Ticket Mais. A marca, porém, pertence à empresa àgape Soluções, que negou ser responsável pelas vendas. – Recebemos muitas reclamações de pessoas equivocadas acreditando que somos os responsáveis. Sugerimos ir ao Procon – diz o esclarecimento.
Para o Procon, é importante registrar o crime rapidamente. – Quanto mais o tempo passa, mais se perdem os rastros deixados pelo autor das fraudes – explica Teixeira. A orientação é fazer um boletim de ocorrência nas delegacias especializadas em crimes eletrônicos.