Sobreviventes da tragédia de Santa Maria que aparentemente saíram ilesos do incêndio estão procurando atendimentos médico com sintomas de intoxicação. Somente no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), uma estimativa divulgada no fim da noite deste domingo indica que mais de 20 pessoas deram entrada na instituição nas últimas horas.
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Por terem inalado fumaça, muitos podem desenvolver doenças como uma pneumonia química ou pulmonia bacteriana. Os sintomas, que podem surgir até 36 horas depois do incêndio, são dor de cabeça, sonolência, chiado no peito e dificuldade para respira. O quadro pode se agravar, por isso todos devem procurar atendimento médico.
Para liberar leitos para outros possíveis intoxicados, os hospitais de Santa Maria estão removendo pacientes para Porto Alegre. Alguns deles estão em estado grave e necessitam de respiradores mecânicos.
Oito pessoas já saíram do Hospital Caridade e do São Francisco e foram para a Região Metropolitana e outras sete devem ser transferidas do HUSM nesta madrugada. Segundo o coordenador do Samu de Santa Maria, Carlos Fernando Dornelles, o destino dos pacientes pode sofrer alteração, mas a previsão é a seguinte:
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PACIENTES TRANSFERIDOS
Eduardo Filipetto Klein – para o HPS
Gabriela França de Abreu – para o HPS
Natália Ávila Silveira – para o Cristo Redentor
Ingrid (sem sobrenome) – para o Cristo Redentor
Bárbara Aline Soldatti Filipe – para o Cristo Redentor
Natani Ribeiro da Silva – para o Mão de Deus
Capricie Pereira Hubner – para o o Cristo Redentor
Guilherme Ferreira – para o Clínicas
Paulo Visotto – para o Moinhos
Leonardo da Rosa – para o Moinhos
Bibiana Fontana Pinheiro – para o Clínicas
Roberto Cardoso – para o Moinhos
Lauro Marçal – para o Moinhos
Sérgio Guilherme – para o hospital universitário da Ulbra
Malu Dias dos Santos – para o hospital universitário da Ulbra
Em gráfico, entenda a sequência de eventos que originou o fogo

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A tragédia
O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
Sem conseguir sair do estabelecimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.
A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil.
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Veja onde aconteceu

A boate
Localizada na Rua Andradas, no centro da cidade da Região Central, a boate Kiss costumava sediar festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna é distribuída em três ambientes – além da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. De acordo com o comando da Brigada Militar, a danceteria estava com o plano de prevenção de incêndios vencido desde agosto de 2012.
Clique na imagem abaixo para ver a boate antes e depois do incêndio
A festa
Chamada de “Agromerados”, a festa voltada para estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) começou às 23h de sábado. O evento era de acadêmicos dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária, Tecnologia de Alimentos, Zootecnia, Tecnologia em Agronegócio e Pedagogia. Segundo informações do site da casa noturna, os ingressos custavam R$ 15 e as atrações eram as bandas “Gurizadas Fandangueira”, “Pimenta e seus Comparsas”, além dos DJs Bolinha, Sandro Cidade e Juliano Paim.

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