Ambientalistas, moradores, surfistas, turistas ou apenas simpatizantes. Todos de mãos dadas por um objetivo em comum. O Canto do Morcego, na ponta Norte da Praia Brava, em Itajaí, foi a causa que eles resolveram defender. É a segunda vez em cinco anos que as pessoas se reúnem no local para protestar contra o avanço imobiliário no local. E desta vez aconteceu depois que a Câmara de Vereadores de Itajaí aprovou a lei de zoneamento na última sessão de 2012.
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O objetivo do abraço simbólico ao Canto do Morcego, um dos locais que deve ser repaginado com a aprovação da lei, foi tentar mostrar às autoridades que a comunidade é contra. Foi o que justificou a presidente da União dos Amigos da Praia Brava (Unibrava), Cláudia Severo.
– Além deste protesto, também vamos tentar barra esse lei juridicamente. E estamos bem embasados para isso.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 1,5 mil pessoas estavam no local no momento do abraço simbólico. É a segunda vez que é organizado um protesto deste tipo na região. A primeira havia sido em 2008.
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– Desde 2007, a gente vem abraçando esta causa e tentando sensibilizar nossos governantes. Já estamos vendo os efeitos no canto Sul (da Praia Brava) e não queremos que aconteça o mesmo aqui -, disse Sabrina Schneider, uma das organizadoras.
O próximo passo é entrar com uma nova ação civil pública.
– São alguns pontos que vamos apresentar: o fato de o conselho gestor não ser tão democrático; que a lei de zoneamento não obedece o plano diretor; os dois laudos que mostram que aqui é uma área de preservação permanente; e mostrar as várias ações civis públicas em que o Judiciário decidiu que nada pode ser mudado enquanto estas ações estiverem tramitando -, explicou Cláudia.
Entenda o caso
No dia 31 de dezembro de 2012, a Câmara de Vereadores de Itajaí, em sessão extraordinária, aprovou a nova lei de zoneamento. Na prática, ela autorizaria a construção de prédios de oito andares na segunda quadra, além de permitir o uso da região do Canto do Morcego.
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Depois disso, a vereadora Anna Carolina Martins (PRB) e o ex-vereador Níkolas Reis (PT) entraram com uma ação que aponta irregularidades na votação, entre elas o fato da lei de solo ter sido votada junto com a do zoneamento. A ação está sendo analisada.
Na época, o secretário de Planejamento de Itajaí, Paulo Praun Cunha Neto, garantiu que a nova lei de zoneamento é mais restritiva que a anterior, não permitindo, por exemplo, construções na primeira quadra da praia na área do Morcego.