O número de mortes provocadas pelo terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria subiu a 11.200 nesta quarta-feira (8), dois dias depois daquele que já é considerado um dos piores desastres naturais do século.

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Do total de óbitos, 8.574 ocorreram em território turco. Já na Síria, assolada por mais de uma década de guerra civil, a cifra ultrapassou os 2.500 na madrugada, segundo balanços das autoridades de Damasco e das equipes de resgate nas zonas rebeldes.

Terremoto que atingiu Turquia é o pior desde 1939 no país

Na Turquia, acumulam-se queixas de que o governo não tem dado assistência adequada à população nas áreas atingidas, mesmo após o presidente, Recep Tayyip Erdogan, ter decretado estado de emergência em dez províncias na véspera.

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— Onde estão as tendas, os food trucks? — questionou Melek, 64, em Antakya, no sul do país, acrescentando não ter visto nenhuma equipe de emergência pela cidade.

— Não vimos nenhuma distribuição de comida aqui, ao contrário do que houve em desastres locais anteriores. Sobrevivemos ao terremoto, mas vamos morrer de fome ou de frio aqui — complementa.

Em visita à província de Kahramanmaras, próxima do epicentro do terremoto, nesta quarta, Erdogan admitiu que houve problemas na resposta inicial ao tremor, relacionadas em especial ao bloqueio de rodovias e aeroportos. Mas disse que as operações haviam se normalizado e que a população deveria ignorar “provocadores” e ater-se à comunicação oficial do governo.

À medida que a amplitude do desastre fica evidente, a desesperança abate as famílias, que passaram mais uma madrugada congelante tentando libertar seus parentes de destroços.

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Ainda na Turquia, dezenas de corpos, alguns deles cobertos por lençóis ou envoltos em sacos para transporte de cadáveres, eram vistos enfileirados em frente a um hospital na província de Hatay, no sul. Muitos dormiam em seus carros ou nas ruas, enrolados em cobertores, temerosos de entrarem nos prédios atingidos pelo sismo, o mais mortal no país desde 1999.

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