Mais de 100 pessoas impedem a transferência de agricultor preso por homicídio em Pinhalzinho

Foi libertado na tarde de ontem o agricultor Paulino Ervino Sulzbach, que estava preso em flagrante desde a noite de terça-feira à, por ter matado um homem que estaria tentando arrombar e furtar o salão comunitário da comunidade de Santo Afonso, em Saudades.

O inusitado é que dezenas de pessoas fizeram protestos em frente da Delegacia de Pinhalzinho, desde quarta-feira, para impedir a transferência de Sulzbach para o Presídio Regional de Chapecó. A estrutura da delegacia não oferecia condições para manter o preso lá.

Os agricultores estavam revoltados com a prisão, pois consideravam que o suspeito agiu em legítima defesa. Eles reclamavam que o município estava sofrendo com uma onda de furtos. Na tarde de quarta-feira, quase 100 pessoas fizeram um protesto na delegacia. Os policiais tiveram que fazer um acordo de não transferirem Sulzbach até o julgamento do pedido de habeas corpus, que ocorreu ontem.

A juíza Heloisa Beirith concedeu liberdade provisória ao agricultor, com algumas restrições. Ele terá que comparecer semanalmente em juízo para informar suas atividades, não pode sair da comarca sem autorização judicial e terá que ficar em casa no período noturno, nos feriados e fins de semana.

Ontem, cerca de 30 agricultores aguardavam a decisão próximo à delegacia da Polícia Civil e ao quartel da PM, de acordo com o tenente da Polícia Militar, Vilmar Rosa. Depois da decisão, os manifestantes se dispersaram. Sulzbach teve que ser levado ao hospital da cidade em virtude de dores nas costas.

O crime aconteceu na noite de terça-feira. O agricultor, que mora perto do salão comunitário, ouviu barulhos e chamou outro morador para verificar o que estava acontecendo. Eles flagraram dois homens tentando arrombar o salão. Os agricultores relataram um dos arrombadores teria atirado e o agricultor disparou de volta, matando Alan Soares. O outro ladrão acabou sendo autuado.

Mesmo em liberdade, Sulzbach vai responder pelos crimes de homicídio e porte ilegal de arma.

O caso chegou até o secretário de Segurança Pública, César Grubba, e ao delegado geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila, que determinaram uma força-tarefa para investigar os furtos. Nos próximos dias integrantes da Divisão de Investigações Criminais de Chapecó serão deslocados para Saudades.