Mais de 100 mil deixaram de votar em Joinville e abstenção bate novo recorde

Joinville bateu novo recorde de abstenção com o resultado do segundo turno das Eleições 2020. O número de pessoas que deixaram de votar foi de 114,4 mil eleitores, o que representa 28,36% de todos os joinvilenses aptos a votar no último domingo (29). Os dados são Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC).

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No primeiro turno das Eleições 2020, Joinville já havia registrado recorde com relação às últimas quatro décadas no número de abstenção de votos: 101,4 mil eleitores deixaram de votar no último dia 15 de novembro. No segundo turno, no entanto, o aumento foi de 13 mil eleitores.

Para o cientista político João Kamradt, o número de abstenções representa a falta de representatividade sentida pelo eleitorado nas propostas.

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– Observando a campanha, me parece que faltou um discurso que realmente apresente uma Joinville diferente. Esses 35% do eleitorado não deixaram de votar simplesmente porque temos uma pandemia. É porque o eleitorado não se vê representado em nenhuma das propostas – pontua.

Abstenções, votos nulos e votos em branco

No total, foram 141,4 mil que deixaram de votar nos candidatos que concorriam no segundo turno. Além das abstenções, também foram registrados 8,3 mil foram votos brancos e 18,6 mil votos nulos. Tudo isso representa 35,05% do eleitorado da cidade apto para votar (403.526).

Para se ter uma ideia, o número de pessoas que, por algum motivo, deixou de votar, está bem próximo ao número que elegeu Adriano Silva (Novo) no segundo turno. Ele foi eleito prefeito de Joinville com 145.269 dos votos válidos.

Já em relação ao total de votos(289.069 votos), 8,3 mil foram votos brancos (2,88%); e 18,6 mil foram votos nulos (6,46%). No total, 262 mil pessoas (90,66%) votaram em um dos dois candidatos no segundo turno.

Maior número das últimas quatro décadas

Desde 1982, quando foi retomado o multipartidarismo em Joinville, os mais altos índices de abstenção, de 13,2% ocorreram em 1996 e 2012 (em eleição municipal em primeiro turno).

A pandemia foi também influenciou na ausência de mais eleitores na votação do primeiro turno. O índice de 25,13% do primeiro turno é o triplo da disputa de 2016, quando 8,47% dos eleitores deixaram de comparecer no primeiro turno.