O setor agro catarinense também está enfrentando dificuldades neste período de combate ao novo coronavírus. Mais de 100 feiras que estavam previstas para ocorrer este ano foram canceladas ou suspensas, segundo levantamento da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).
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Somente entre março e maio, período mais crítico para o contágio da doença, 52 eventos foram cancelados, entre eles a Feira da Novilha e do Gado Leiteiro, o Leilão de Gado Geral e a Feira do Terneiro e da Terneira. O período coincide com um época importante para o mercado agropecuário, de desmama e comercialização dos bezerros.
— Esse momento particularmente grave da vida nacional requer que todos ajam com senso de dever. Nos campos e nas indústrias será imperioso flexibilizar alguns normativos em face dos gigantescos óbices que surgem e surgirão. É hora de união e muita responsabilidade — afirma o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo.
Produção catarinense está mantida
Apesar dos cancelamentos dos eventos, visando evitar aglomerações, a produção catarinense segue operando, com limitações para atender as orientações da Organização Mundial da Saúde. Segundo o presidente da Faesc, a produção, distribuição, comercialização e consumo de insumos agrícolas em território barriga-verde estão em situação de normalidade.
— Não há escassez de nenhum produto, nem descontrole de preços. É tranquilo o abastecimento de produtos como sementes, fertilizantes, vacinas, corretivos de solo, genética, rações etc. Nesse estágio, o setor rural está ocupado com a colheita das lavouras de arroz, soja e milho, além da maçã. É, portanto, um momento de baixo emprego de insumos. Mesmo assim, grande parte dos produtores rurais já adquiriu os insumos para a próxima safra — destaca José Zeferino Pedrozo.
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A previsão da safra de grãos neste ano é de 251,9 milhões de toneladas, 4,1% acima da colheita anterior, segundo mais recente avaliação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As agroindústrias também continuam operando, segundo o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), José Antônio Ribas Junior, que assegura o abastecimento da população.
Outros desafios
Mesmo com a continuidade da produção, alguns setores estão enfrentando outros desafios, além do novo coronavírus. A falta de chuva, por exemplo, tem agravado a situação dos produtores de leite, que encaram uma estiagem com previsão de se estender até a segunda quinzena de abril.
Apesar da preocupação no período, Santa Catarina mantém-se como quarto maior produtor nacional de leite, com 3,059 bilhões de litros ao ano.
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