Na tarde da última terça-feira (19), 12 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) encalharam mortos na praia da Joaquina, em Florianópolis. Segundo a Associação R3 Animal, as aves tinham sinais de interação com objetos de pesca e também de afogamento, apesar de estarem com bom escore de condição corporal.
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De acordo com a R3, banhistas relataram que as aves começaram a surgir boiando, algumas ainda se debatendo, depois da passagem de um barco que teria retirado uma rede de pesca próximo ao costão da praia. Os pinguins encalharam sem vida e com rigidez cadavérica, o que segundo os especialistas indica que tinham acabado de morrer.
Uma equipe de campo, formada por uma técnica de monitoramento e por um monitor, fazia a observação diária daquele trecho e presenciou o encalhe em massa dos pinguins. De acordo com a técnica Josiele Felli, havia comoção de pessoas no costão, pois elas avistavam alguns pinguins ainda vivos.
Os animais foram levados para o Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM) da R3 Animal, onde passaram por exame necroscópico e tiveram amostras colhidas para exame histopatológico.
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— Ao exame externo, as aves apresentavam apteria (ausência de penas) e hematomas severos em aletas, uma importante evidência de interação direta com a pesca. Além disso, foi observada grande quantidade de líquido espumoso na cavidade oral das aves, todas elas com boa condição corpórea e ausência de feridas ou alterações crônicas que justificassem a sua morte — afirma a veterinária Daphne Wrobel Goldberg.
Segundo a veterinária, no exame necroscópico também foi possível perceber alterações típicas de afogamento em água salgada, como edema, congestão e aumento de volume dos pulmões.
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De acordo com a Associação, as 12 aves morreram devido à captura incidental em rede de pesca, a chamada bycatch, que mesmo não tendo como alvo os animais marinhos, acabam capturando — e até matando — essas espécies.
A orientação para a população é que denuncie aos órgãos fiscalizadores quando avistarem redes ilegais. Em caso de encalhe de mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, a recomendação é que as pessoas liguem para o telefone 0800 642 3341, do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
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O PMP-BS tem o objetivo de avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos. O monitoramento é feito desde Laguna, no Sul de Santa Catarina, até Saquarema, no Rio de Janeiro. A R3 Animal executa o trecho 3, em Florianópolis.
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