Na lista das 47 casas noturnas irregulares de Florianópolis divulgada nesta quarta-feira, chama a atenção a expressiva quantidade das que não contam com o plano preventivo contra incêndio. São 31, ou seja, 65,9% delas, sem o maior item de segurança necessário para a segurança dos frequentadores.

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Elas se enquadram no grau de alta prioridade pelo Corpo de Bombeiros que serão vistoriadas. Nos casos extremos, a Polícia Civil ficou de efetuar a interdição até a regularização. A operação será acompanhada por fiscais da Prefeitura.

Outras 16 casas (34,1%) apresentam as chamadas irregularidades menores – ou falhas -, como falta de extintores, luminárias ou laudos. Estas foram classificadas no grau de baixa prioridade pelos bombeiros. Durante as vistorias, os responsáveis ganharão prazo de 48 horas para apresentar a documentação.

Na classificação dos bombeiros, se a casa noturna não tiver o plano de prevenção contra incêndio nas conformidades e aprovado pela corporação, o caminho natural é a interdição ao público.

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Nesse plano, que dever ser elaborado por profissional responsável como engenheiro ou arquiteto, devem por exemplo as rotas de fugas, o sistema hidráulico de combate a fogo e a iluminação. O documento liberado após a vistoria é que gera o alvará de segurança emitido pelos bombeiros.

– O projeto preventivo é item principal. Se não tiver, a casa jamais poderia funcionar – destaca o tenente-coronel Altair Salésio Rodrigues.

Ele ressalta a importância da vistoria para conferir se o plano foi executado na prática conforme a planta. Quando há alterações, por exemplo, o projeto é indeferido.

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A relação entregue pelos bombeiros ao promotor Daniel Paladino tem 61 casas noturnas. O promotor atribuiu a responsabilidade da pesquisa à corporação.

O documento é assinado pelo tenente-coronel Ricardo Luiz Dutra, comandante do 1º Batalhão, em Florianópolis.

O oficial lembra no ofício à promotoria que certamente existem outras que não foram localizadas no sistema ou que funcionam sem nenhum alvará.

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Casas questionam lista

Na tarde de quarta-feira, após a divulgação da lista, houve correria e também descontentamento de donos de casas noturnas. Alguns ouvidos pelo DC questionavam a veracidade das informações e enviaram cópias de atestados de vistorias para funcionamento.

Empresários admitiam a consternação com a tragédia de Santa Maria, na boate Kiss, mas condenavam o que chamaram de caça as bruxas na Capital catarinense contra as casas.

Outras trataram de contratar profissionais às pressas para agilizar o plano de prevenção, sair da lista de altas prioridades e evitar o fechamento temporário. Parte dos representantes dos estabelecimentos tentaria audiência nesta quinta-feira com o prefeito César Souza Júnior para expor a questão.

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Colaborou Carolina Dantas