O movimento de veículos é intenso nas duas vias da Avenida Osvaldo Reis, no Bairro Fazenda, em Itajaí. Sobre o canteiro, uma idosa com visível dificuldade de caminhar se equilibra enquanto espera para atravessar um dos lados da pista. O fluxo diminui apenas por alguns instantes, mas é o suficiente para que ela se arrisque entre os carros.
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A travessia, imprudente, foi flagrada pelo Sol Diário na tarde de segunda-feira, a poucos metros da passarela que leva de um lado a outro da avenida. A estrutura existe no local há mais de 30 anos. Mesmo assim, a maioria dos pedestres prefere atravessar por baixo da estrutura, entre os carros.
O Sol Diário flagrou, em 40 minutos, nove travessias perigosas pela avenida – contra cinco passagens pela passarela. De acordo com a Coordenadoria de Trânsito de Itajaí (Codetran), o último atropelamento na área próxima à passarela ocorreu em novembro. O local é considerado perigoso.
– Se a travessia está ali, é porque estudos indicaram que é perigoso atravessar. Quem não usa a passarela acaba assumindo o risco de ser atropelado – diz o coordenador da Codetran, Wilian Gervasi.
Inspetor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) e diretor da Associação Regional dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos (Area) em Itajaí, o engenheiro civil e de segurança José Moritz Piccoli avaliou a estrutura e disse que a passarela é segura. Mas, entre os usuários, há quem se negue a passar por ali alegando que a inclinação das rampas é elevada demais.
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– Tenho problemas nos joelhos e não consigo subir a rampa. Acabei perdendo dois ônibus porque estava esperando para atravessar, acho que deveriam colocar um semáforo para pedestres aqui – diz a moradora da Fazenda Vildi Grossklags, 72 anos, que atravessou a Osvaldo Reis por baixo da passarela.
O engenheiro Piccoli concorda que a elevação esteja acima do que é recomendado, hoje, para garantir acessibilidade. Segundo ele, uma reforma para diminuir o ângulo de subida e descida resolveria o problema.
– Aumentando o espaço da passarela em uns cinco metros, poderia se reduzir a inclinação da rampa – afirma.
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