A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia votou pela absolvição de todos os seis réus acusados de lavagem de dinheiro no capítulo do processo do mensalão em julgamento no STF. Com este voto, o ex-líder do governo Lula na Câmara Professor Luizinho (PT-SP), a ex-assessora Anita Leocádia e o ex-chefe de gabinete do ministério dos Transportes José Luiz Alves já estão livres da acusação pela maioria dos ministros.

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Além dos três, ela votou pela absolvição dos ex-deputados petistas Paulo Rocha (PA) e João Magno (MG) e do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto. No caso dos petistas, ela julgou ser “normal” que pedissem dinheiro ao então tesoureiro do partido Delúbio Soares. Afirmou que todos os seis réus não tinham como ter conhecimento dos crimes antecedentes, condição prévia do crime de lavagem de dinheiro.

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Lewandowski vota pela absolvição dos réus acusados de lavagem de dinheiro

O ministro-revisor do julgamento do mensalão, Ricardo Lewandowski, absolveu nesta quinta-feira todos os seis réus que constam do item que trata do crime de lavagem de dinheiro envolvendo o PT e o PL (atual PR).

Para Lewandowski, não há provas para condenar os ex-deputados petistas Professor Luizinho (SP), Paulo Rocha (PA) e João Magno (MG); e o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.

– Não vi prova de que eles (deputados) tinham ciência dos crimes antecedentes contra o sistema financeiro nacional e a administração pública – disse o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Da mesma forma, o ministro também absolveu Luiz Alves, ex-chefe de gabinete de Anderson Adauto, e Anita Leocádia, ex-assessora de Paulo Rocha. Segundo o magistrado, ficou comprovado que o dinheiro era destinado ao pagamento de dívidas de campanha.

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– Não houve a utilização de mecanismo de lavagem (…) As quantias são grandes, mas as campanhas são caras – observou.

Ao julgar o ex-deputado Professor Luizinho, o ministro lembrou da situação de Anderson Adauto, que também já havia sido absolvido do crime de corrupção ativa.

– A situação de Professor Luizinho é rigorosamente semelhante à de Anderson Adauto, que fez um contato para que alguém pudesse receber valores para dívidas de campanha – avaliou.

O ministro informou que faria um voto reduzido para agilizar o julgamento do item pela Corte.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) aponta que Paulo Rocha, valendo-se da intermediação dos então assessores Anita Leocádia e Charles Santos Dias, recebeu a quantia de R$ 820 mil. Já João Magno recebeu R$ 360 mil do publicitário Marcos Valério. Ainda segundo o MPF, Professor Luizinho recebeu, do esquema operado por Valério, a quantia de R$ 20 mil e o ex-ministro dos Transportes, R$ 1 milhão.

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