É no Litoral Sul de Santa Catarina que está concentrado o maior número de lesões por água-viva, segundo número divulgado pelo Corpo de Bombeiros Militar. Desde o início da temporada de verão, em 12 de dezembro de 2019, até o dia 3 de janeiro, foram registrados 55,9 mil incidentes com esses organismos em todo Litoral catarinense.

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De Garopaba até Passo de Torres, no Litoral Sul, foram 28,9 mil ocorrências no mesmo período, o que significa 52% dos casos. Logo depois, aparece a região da Grande Florianópolis, com 21,5 mil registros. Já o Litoral Norte é a região com menor número de acidentes, com 5,1 mil relatos de queimaduras.

Comandante da 3ª Companhia do 4º Batalhão de Bombeiros Militar, capitão Vinicius Marcolim diz que as infestações por água-vivas iniciaram há quatro anos na região, época em que o Estado passou a usar a bandeira lilás como alerta sobre a presença dos organismos na praia.

— Não há um método preventivo nesses casos, a não ser evitar o banho de mar nos dias de bandeira lilás, quando as águas-vivas aparecem. O que a corporação pode fazer para reduzir o número de ocorrências é alertar as pessoas — diz o capitão.

E, apesar dos altos números de ocorrência, o capitão Marcolim afirma que a bandeira lilás surte efeito positivo na população e cita o primeiro fim de semana de fevereiro, quando apareceram os dragões azuis no Litoral Sul de SC, como exemplo:

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— Nós estávamos com bandeira lilás. E mesmo que a temperatura alta e o dia propício para aproveitar no mar, a maioria dos banhistas evitou a água. Vimos que os poucos que arriscaram entraram rapidamente no mar e logo saíram — conclui.

Sintomas

Embora ardidos, os envenenamentos acidentais, causados pelo contato humano com os tentáculos das águas-vivas e caravelas, não são considerados graves. O comandante de ronda de praia em Florianópolis, tenente Levi Garcia Ribeiro, salienta que o principal sintoma é a sensação de queimadura, uma dor bastante semelhante com aquela causada por objetos escaldantes.

Mesmo assim, orienta para quem tiver sentido a ardência que fique atento a demais sintomas, como náuseas e vômitos ou até mesmo desmaios.

— Cada organismo é diferente. As crianças sentem mais, mesmo sendo uma rápida ardência, por serem mais frágeis que os adultos. E, também, tem pessoas que podem ser alérgicas, motivo porque se tem que observar — aconselha.

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Cuidados

Tanto águas-vivas, organismos transparentes e difíceis de enxergar na água, quanto caravelas, essas bastante coloridas – tons de azul e rosa – possuem tentáculos com toxinas que causam queimaduras. Para evitar acidentes ou minimizar os sintomas, os bombeiros recomendam alguns cuidados:

— Observar a presença da bandeira lilás.

— Se afastar dos animais marítimos, assim que perceber a sua presença.

— Avisar guarda-vidas.

— Não coçar ou esfregar o local machucado.

— Não usar água doce para limpar a região queimada, para evitar que a toxina se espalhe.

— Lavar com água do mar.

— Tirar os tentáculos com cuidado, usando uma pinça

— Procurar uma guarita de guardas-vidas.

— Aplicar vinagre de uso doméstico na zona afetada.

— Caso a pessoa desenvolva uma reação alérgica, deve ser encaminhada imediatamente a uma unidade hospitalar para devido tratamento