A gripe A voltou com força em 2016 dando mostras que não escolhe vítimas por características. Trinta e três casos já foram confirmados em Blumenau neste ano – quatro acabaram em morte. Dados da Vigilância Epidemiológica revelam que dos 29 pacientes que tratam a doença, 17 não estão nos chamados grupos de risco. A maioria (23) têm entre 36 e 65 anos.
Continua depois da publicidade
::: Infectados pela gripe A são de 14 bairros de Blumenau
Apesar do número significativo de ocorrências dentro de uma faixa etária, não é a idade o principal fator para o contágio, e sim doenças crônicas que podem atingir de crianças a idosos, explica Ricardo Alexandre Freitas, infectologista do Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Prevenção (Cedap) de Blumenau e professor do curso de Medicina da Furb.
– A gente vai ter casos fora da faixa etária considerada de mais risco (crianças e idosos) porque a população é maior nessa faixa (adulta). A maior preocupação é com o desfecho ruim da doença e nesses casos (de morte) a maioria se encaixa numa situação de doença crônica – analisa.
Um jovem de 20 anos com uma doença crônica como a asma, por exemplo, pode ter o sistema imunológico de um idoso de 70 anos, explica o médico, o que faz a preocupação com a infecção por H1N1 considerar mais as condições de quem a contraiu. Além dos dados dos pacientes de Blumenau, Freitas chama a atenção para a situação dos pacientes que morreram em todo o Estado:
Continua depois da publicidade
– Pelas últimas informações que eu tenho, são 15 óbitos já em todo o Estado, e destes, 13 são com fatores de risco. Então o que a gente quer evitar, mais do que a proliferação do vírus, é que aconteçam mais mortes, porque é uma doença que tem medicamento e vacina.
Das quatro mortes já confirmadas pela gripe A em Blumenau neste ano, três foram de pessoas que integravam os chamados grupos de risco.