Os candidatos a vice-prefeito de Florianópolis nas Eleições 2024 têm maioria de mulheres e miram entre as contribuições com o prefeito em um eventual governo em caso de vitória o trabalho em áreas sociais e em ações de representatividade feminina.
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Embora para parte dos eleitores os vices permaneçam à sombra do candidato ao longo da campanha, eles são os primeiros na linha de sucessão e a história recente da política já mostrou que podem ser alçados ao protagonismo rapidamente — sobretudo em momentos de crise. Entre as maiores cidades de SC, ao menos duas têm no comando nomes que já foram vices-prefeitos antes de ocuparem a cadeira principal do Executivo — Topázio Neto (PSD), vice que assumiu definitivamente o cargo em 2022 após a saída de Gean Loureiro (União), e Mário Hildebrandt (PL), em Blumenau, que está na segunda gestão, mas herdou o governo no primeiro mandato após renúncia de Napoleão Bernardes (hoje PSD), em 2018.
Dos candidatos a vice das nove chapas que disputam a prefeitura da Capital, seis são mulheres. Perguntadas pela reportagem do NSC Total sobre qual a importância do vice para o prefeito e para a cidade, as concorrentes ressaltaram as virtudes necessárias para o companheiro ideal do prefeito e disseram como pretendem atuar em um eventual mandato para exercer protagonismo ao lado do chefe do Executivo.
As respostas seguiram por diferentes temas, mas alguns dos pontos destacados foram projetos na área social, na representatividade feminina e na pluralidade de ideias, por poder levar ao prefeito diferentes olhares e assuntos sobre problemas da cidade. O histórico de honestidade e transparência também foi citado entre os concorrentes.
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Confira abaixo quem são os candidatos a vice-prefeito de Florianópolis nas Eleições 2024 e como eles pretendem atuar em caso de vitória nas urnas:
Quem são os candidatos a vice-prefeito de Florianópolis em 2024
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Ana Carolina Andrade (PSB), vice de Lela (PT)

Ana Carolina Andrade é advogada, ativista social e empreendedora, fundadora de uma empresa do ramo de vestuário. Aos 38 anos, também atua em defesa e desenvolve projetos na área de acessibilidade e inclusão. Tem formação também em Educação Física e Moda Inclusiva, e pós-graduação em ESG (meio ambiente, responsabilidade social e governança). Concorre pela primeira vez a um cargo público.
Qual a importância do vice para o prefeito e para a cidade?
O papel da vice-prefeita, no meu caso, é fundamental tanto para o prefeito quanto para a cidade. Para o prefeito, a vice é uma parceira estratégica, oferecendo apoio, aconselhamento e uma perspectiva complementar na tomada de decisões. Minha experiência em inclusão social e como advogada trará um olhar essencial para as políticas públicas, garantindo que nossas ações atendam às necessidades de todos os cidadãos.
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Pretendo usar minha posição para amplificar as vozes das comunidades menos representadas, assegurando que suas necessidades sejam ouvidas e consideradas em todas as decisões municipais. Como vice, a partir de 1º de janeiro, vou começar a planejar a criar um gabinete da inclusão, um canal aberto e humanizado para receber as pessoas e suas demandas, tratando os problemas delas de forma humanizada e com respeito, repassando para as pastas competentes de acordo com cada demanda.
Como pretende se destacar e contribuir com a gestão como vice-prefeita?
Embora o poder de decisão final seja do prefeito, pretendo me destacar como uma vice-prefeita atuante e propositiva. Minha atuação se baseará em três pilares principais. O primeiro será a Advocacia pela inclusão social. Usarei minha experiência e conhecimento para garantir que todas as políticas e projetos da prefeitura tenham um componente forte de inclusão social. Isso significa analisar cada proposta sob a ótica da equidade e acessibilidade, sugerindo ajustes quando necessário.
A segunda será o diálogo com a comunidade. Pretendo manter um canal aberto e constante de comunicação com diversos setores da sociedade, especialmente aqueles tradicionalmente marginalizados. Essas informações serão cruciais para informar as decisões da gestão e garantir que estejamos realmente atendendo às necessidades de todos.
Por fim, a liderança de projetos específicos. Trabalharei em estreita colaboração com o prefeito para identificar áreas onde posso liderar iniciativas específicas, especialmente relacionadas à inclusão social. Isso pode incluir programas de capacitação profissional para grupos vulneráveis, projetos de acessibilidade urbana, ou iniciativas de combate à discriminação.
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Além disso, buscarei ser uma ponte efetiva entre diferentes secretarias e departamentos, promovendo uma abordagem integrada para os desafios da cidade. Meu objetivo é ser uma parceira ativa e construtiva, contribuindo com ideias, facilitando diálogos e assegurando que nossa gestão seja verdadeiramente inclusiva e representativa de toda a diversidade de nossa cidade.
Claudia Zininha (PSOL), vice de Marquito (PSOL)

Claudia Zininha é intérprete, cantora, pesquisadora e produtora. Atuou nos últimos anos em funções na Câmara de Vereadores e na TV Câmara, como pesquisadora e apresentadora. É filha do poeta Cláudio Alvim Barbosa, o Zininho, autor do hino de Florianópolis. Esta é a segunda eleição de Zininha. Em 2016, concorreu a vereadora da Capital pelo PP.
Qual a importância do vice para o prefeito e para a cidade?
O papel do vice é dar suporte ao prefeito, cumprindo as funções do Executivo e assumindo a titularidade da pasta, quando se fizer necessário. No meu caso, vou contribuir com meus 35 anos de experiência dentro da Câmara de Vereadores, onde atuei em comissões, Legislativo, Jurídico, em gabinetes de quatro vereadores. E, nos últimos 15 anos, na TV Câmara, como pesquisadora e apresentadora.
Também levo para o Executivo o aprendizado em minha trajetória pela preservação da cultura e do patrimônio da cidade. Eu e Marquito temos muito amor por Florianópolis e a mesma visão: é preciso conhecer e entender nossa história para construir a cidade que queremos no futuro.
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Como pretende se destacar e contribuir com a gestão como vice-prefeita?
Trabalhando em sintonia com o Chefe do Executivo, alinhada às necessidades da população e às perspectivas da cidade. Darei continuidade ao meu trabalho pela valorização da cultura e pela preservação da memória e patrimônio material e imaterial e natural de Florianópolis.
Coronel Pontes (PP), vice de Pedrão (PP)

O coronel Marcelo Pontes tem 54 anos e cresceu na região continental de Florianópolis. Atuou por 35 anos na Polícia Militar, chegando a ocupar o posto de comandante-geral da corporação em SC. É casado e pai de dois filhos. Em 2024, estreia na política como candidato a vice na chapa de Pedrão. É formado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tem especialização em Administração e Segurança do Trânsito pela Univali e em Administração de Segurança Pública pela Unisul. Atuou em áreas de incumbência da corporação, como o trânsito nas rodovias estaduais, segurança pública nos bairros da Capital e projetos como Proerd e Rede de Vizinhos.
Qual a importância do vice para o prefeito e para a cidade?
O vice-prefeito é o substituto imediato do prefeito. Na ausência dele, no impedimento do prefeito, é o vice que assumirá o comando da cidade. Por isso, ele tem que ser uma pessoa honesta, transparente, ficha limpa, que não esteja envolvida em corrupção. O vice precisa ter capacidade de administrar a cidade, de gerir pessoas, processos e ter experiência na gestão pública. O prefeito precisa ter ao lado uma pessoa com energia, jovem, que tenha capacidade de suportar as demandas, com espírito colaborativo para coordenar equipes e ouvir as pessoas, seja dentro da prefeitura como também nas comunidades. Uma pessoa que esteja nas ruas com as pessoas, ouvindo, conversando. Outra questão é que tenha lealdade, e que seja sempre afinado com a política estabelecida pelo prefeito.
Como pretende se destacar e contribuir com a gestão como vice-prefeita?
Como vice-prefeito pretendo estar ao lado do prefeito, sempre dando suporte para que ele possa fazer uma excelente administração, fazendo articulação com o secretariado e com a estrutura da prefeitura. Estando presente nas comunidades para poder ouvir, conversar e trazer essas demandas para dentro do órgão público e compartilhar com o prefeito e secretariado o que as pessoas pensam, necessitam e demandam da sua vida como cidadão, para que a prefeitura possa atender essas demandas, essas necessidades.
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Katia Damaceno (Avante), vice de Portanova (Avante)

Katia Damaceno tem 42 anos e atua como recepcionista. É natural de Caxias do Sul (RS). Como candidata a vice de Portanova (Avante), disputa a primeira a eleição em 2024.
Qual a importância do vice para o prefeito e para a cidade?
Institucionalmente, o vice assume o lugar do titular na sua ausência. Porém, é importante haver uma harmonia na composição da chapa para que não haja quebra de continuidade na execução dos projetos do executivo. Esta harmonia permite o bom andamento dos trabalhos e a plena realização do plano de governo.
Como pretende se destacar e contribuir com a gestão como vice-prefeita?
Em primeiro lugar há o compromisso de uma gestão partilhada para a execução do programa. Depois, como negra, vindo de comunidade e mãe solo que criou duas crianças sem deixar de trabalhar e estudar, me sinto apta a contribuir nos trabalhos sociais, na luta contra o racismo, a violência contra a mulher, o feminicídio, por mais creches e na luta contra qualquer tipo de preconceito.
Olindina Corrêa (PMB), vice de Mateus Souza (PMB)

Olindina Corrêa tem 51 anos, é natural de Palhoça e é técnica de enfermagem. A eleição de 2024 é a primeira disputa de cargo eletivo da candidata.
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Qual a importância do vice para o prefeito e para a cidade?
A pergunta foi respondida pelo candidato a prefeito Mateus Souza, que disse considerar que a principal importância dela é o fato de ter trabalhado por mais de 19 anos no Hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis.
Como pretende se destacar e contribuir com a gestão como vice-prefeita?
A vice-prefeita informou que pretende se destacar em resolver o problema que vive o sistema de saúde na cidade.
Maria Cláudia (União), vice de Dário Berger (PSDB)

A psicóloga e servidora pública de carreira Maria Cláudia Goulart foi diretora e secretária de Assistência Social de Florianópolis durante o governo de Gean Loureiro. Na função, atuou em áreas como as ações com moradores de rua e projetos sociais. Tem atualmente 42 anos e concorre pela primeira vez a um cargo público.
Qual a importância do vice para o prefeito e para a cidade?
A questão foi respondida pelo candidato a prefeito Dário Berger (PSDB), que disse considerar o papel de vice tão importante quanto o do prefeito e que escolheu Maria Cláudia por ter experiência com gestão pública.
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— O vice-prefeito não pode ser figurativo. A minha vice já foi secretária de assistência social e por isso tenho tranquilidade de trazer ela para resolver um dos principais problemas da cidade que são as pessoas em situação de rua. Além disso, ela é psicóloga, tem um olhar humano e um carinho pelas pessoas. Não tenho dúvidas de que vai saber conduzir muito bem o seu cargo e será atuante — avaliou.
Como pretende se destacar e contribuir com a gestão como vice-prefeita?
Maria Claudia: O cargo de vice-prefeito é muito importante em uma gestão, principalmente quando a gestão e o grupo estão alinhados. O vice-prefeito funciona como os olhos do Executivo e precisa ter a sensibilidade de levar até o prefeito questões importantes, pontuais e cruciais para o bom funcionamento de toda a prefeitura. Eu sou profissional de carreira da prefeitura de Florianópolis e fui secretária de Assistência Social, então conheço todos os cantos dessa cidade e também todos os problemas sociais. Uma das minhas maiores contribuições será, sem sombra de dúvidas, resolver com ações concretas o grave problema das pessoas em situação de rua, a exemplo do que fizemos na gestão do ex-prefeito Gean Loureiro.
Maryanne Mattos (PL), vice de Topázio Neto (PSD)

Maryanne Mattos tem 47 anos e é vereadora em primeiro mandato na Câmara de Florianópolis. Antes de ser parlamentar, Maryanne atuou na Guarda Municipal de Florianópolis, onde foi a primeira mulher comandante da corporação. Também foi secretária de Segurança da Capital. É graduada em Educação Artística pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e tem pós-graduação em Rádio, TV e Cinema pela Universidade Independente de Lisboa.
Qual a importância do vice para o prefeito e para a cidade?
A vice-prefeita desempenha dois papéis principais: o primeiro é apoiar e dar suporte ao prefeito nas suas decisões, buscando informações, dados e ideias que possam ajudar na gestão da cidade. Sempre com muita lealdade e responsabilidade. Por isso, eu considero muito valiosos esse alinhamento e harmonia que eu e o prefeito Topázio temos. Compartilhamos os mesmos valores e os mesmos sonhos para deixar nossa querida Floripa cada vez melhor.
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Como pretende se destacar e contribuir com a gestão como vice-prefeita?
Quando fui anunciada como companheira de chapa do prefeito Topázio, ele me fez um pedido especial – o que me deixou muito feliz: ampliar e fortalecer a representatividade feminina em todos os setores da sociedade. Acredito que minha experiência como vereadora vai ajudar muito nessa missão. Quero ser uma voz ativa e amiga dessa causa, promovendo políticas públicas reais que atendam necessidades importantíssimas, com destaque para a saúde da mulher, igualdade de oportunidades, empreendedorismo e educação para nossas crianças e jovens. Assim como o prefeito Topázio, estarei sempre de portas abertas ao diálogo com as comunidades, garantindo que as mulheres, com seu olhar sensível sobre questões da cidade e da família, participem cada vez mais na construção de uma cidade mais justa e feliz.
* As assessorias de Luiz Bento (PCO), candidato a vice-prefeito na chapa de Brunno Dias (PCO), e Professor Roque (PSTU), vice de Carlos Muller (PSTU), não responderam à reportagem até a noite desta sexta-feira (27).
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