O litoral de Santa Catarina sofre há anos com os estragos causados pelo mar. As ondas por diversas vezes “engoliram” a praia, os calçadões, píers e até mesmo casas. A situação do avanço do mar tem sofrido agravamentos. Na verdade, o mar está agora tão próximo de muitos lugares onde antes não se acreditava chegar. Será que esta questão tende a piorar ou estagnar? Veremos a seguir. Confira!
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Nas regiões costeiras do estado, os danos das chuvas cada vez mais fortes que assolam o litoral, bem como as marés altas, reforçam as consequências desses fenômenos.
As prefeituras locais, estão começando a agir. Porém, ainda não são motivos de promessas eleitorais quando o assunto é segurança contra inundações e ressacas. Os prefeitos locais não podem enfrentar esses problemas sozinhos. Trata-se de uma sincronia entre as administrações estaduais e municipais
Três grandes regiões estão mais expostas à crise dos danos causados pelo mar na costa: litoral norte, Grande Florianópolis e litoral sul. Além disso, outra preocupação climática são os chamados ciclones.
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Os Ciclones Bomba
Um dos ciclones que causaram mais estragos e acabou ficando na história de Santa Catarina, foi o Ciclone Bomba, ocorrido na terça-feira do dia 30 de junho de 2020. Esse ciclone causou grandes impactos em todo o litoral.
Criado a partir da pressão do ar que desce 1hpa/hora (unidade de pressão do ar), observa-se o evento da “bomba”, costumam ser mais intensos do que os ciclones “tradicionais” – ou seja, possuem ventos em até 60% mais fortes do que os demais ciclones.
Mesmo que os estudiosos ainda não identifiquem exatamente a forma como esses fenômenos se relacionam, em Santa Catarina, começa a haver possibilidades de novas formações de ciclones-bomba, porém, ainda permanece em estudo.
Vale saber que o poder de destruição de um ciclone desses, pode se assemelhar muito a um furacão, já que sinaliza ventos fortes alinhados e que avançam em linha reta.
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Na verdade, esse ciclone bomba que esteve em SC, também chegou a causar estragos, de forma indireta, em São Paulo, danificando pela forte ventania, quedas de árvores e derrubar a temperatura para 8ºC. O fato é que o contexto todo, nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, esse fenômeno se sentiu com maior força, provocando grandes estragos, com quedas rápidas de temperaturas, e até neve e geada.
O evento ficou registrado por centenas de pessoas que gravaram em vídeo diversos momentos de danos e do pânico causado pela forte ventania.
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As Ressacas
As ressacas, de igual forma, são registradas no litoral de SC de forma mais constante nos últimos anos, principalmente na região da Grande Florianópolis. Em abril de 2020, outro ciclone extratropical, combinado com o fator da maré alta, também causou estragos em várias cidades do litoral catarinense, como a capital, Balneário Camboriú, Itajaí e Laguna.

Na Ilha de Santa Catarina, os estragos feitos nas praias foram documentados com destaque para a Praia do Campeche, Pântano do Sul, Joaquina e Rio Tavares. De acordo com os estudos do CEPED e da Defesa Civil, o Sul de Florianópolis foi um dos mais atingidos por causa da sua posição geográfica e estratégica, por causa dos movimentos das marés.
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Assim, percebemos também em outras cidades, como Balneário Camboriú; Barra Velha, Araranguá, Laguna, Itajaí e Joinville, a elevação do mar, causando estragos.
No município de Itajaí, por exemplo, a água chegou a invadir muitos pontos da cidade, e no Sul de SC, Balneário Rincão, Barra do Sul e Laguna, também foram atingidos, com a maré chegando às calçadas, ultrapassando a faixa da areia.
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O que fazer em caso de ressaca e inundações
Segundo a Defesa Civil, algumas ações podem ser tomadas:
Tomar cuidado com as edificações, infraestruturas e vias em áreas vulneráveis à erosão
Proteger embarcações
Evitar a navegação e a atividade de pesca
Evitar banhar-se no mar ou praticar esportes
Evitar caminhar ou pedalar pela orla
O presidente da Associação Comunitária Morro das Pedras, André Luiz Vieira, chegou a falar com a equipe da NSC que essas ressacas parecem como um tipo de “explosão, dando pra ouvir a duzentos metros de distância.”
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Praticamente, as praias no extremo norte catarinense, como por exemplo, Itapoá, chegaram a ficar sem praias, tendo muitas casas que foram danificadas, bem como bares e restaurantes.
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Ações políticas
Ambientalistas e parlamentares já chegaram a defender a aprovação da Lei do Mar (PL 6969/13), que visa a criação da Política Nacional para a Conservação e o Uso Sustentável do Bioma Marinho Brasileiro, que incorpora o mar territorial, a zona costeira e áreas como dunas e mangues.
A ideia é promover o uso sustentável dos recursos naturais, garantir a conservação da biodiversidade e prevenir impactos negativos. Desta forma, a proposta prevê a criação de políticas para assegurar a população nesses biomas. O financiamento desta política seria feito por meio de fundos públicos e privados, paga por empreendimentos que possam causar danos ao mar.
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Lista dos principais eventos climáticos causados em SC
Ciclone Catarina
Ciclone ou Furacão Catarina – ciclone tropical que atingiu a região Sul do Brasil com intensidade máxima em março de 2004 que ocasionou ventos de até 180 quilômetros por hora, definida como de categoria 2 na escala de furacões de Saffir-Simpson.
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Enchentes de 2008
As enchentes de 2008 ocorreram depois do período de grandes chuvas, afetando em torno de 60 cidades e mais de 1,5 milhões de pessoas no estado, com 135 pessoas que perderam suas vidas, 2 desaparecidas, e mais de 9 mil pessoas deixaram suas casas. Cidades como Itajaí tiveram grande parte das embarcações destruídas, por causa do nível alto do mar.
Enchentes em 2011
Em setembro de 2011, 83 cidades decretaram situação de emergência por causa das fortes chuvas e a Defesa Civil contabilizou 6 mortes e cerca de 930 mil pessoas foram afetadas.
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Ciclone bomba de 2020
O Ciclone Bomba deixou 12 mortes confirmadas em Santa Catarina.
Janeiro mais chuvoso da história
Em janeiro deste ano, o número total de chuvas que foi registrado, ultrapassou o dobro da média esperada para este mês, o que fez inevitavelmente bater um recorde histórico.
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No entanto, como sabemos, o Estado de Santa Catarina são regulares os desastres naturais relacionados com questões climáticas, isso devido à sua localização. De certa forma, alguns fenômenos são considerados raros e até mesmo inexistentes em outras partes do país, como os ciclones.
Por causa desse caráter especial da região, a atenção à ocorrência dos desastres deve ser cada vez mais reforçada. Isso, tanto na prevenção quanto na resposta dada a população atingida.
Quem se encarrega desses estudos causados regularmente por esses eventos, estão a Secretaria Nacional de Defesa Civil e o CEPED (Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina), que aliás, nos garantiu um completo Atlas de Desastres Naturais (CEPED-UFSC, 2011).
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Fotos dos maiores estragos causados pelo mar em SC





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