A exploração de gás natural em terra, cuja concessão estará na 12ª rodada de licitações, marcada para outubro, deve se destinar principalmente à produção de energia elétrica. A informação é do secretário de desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, que participou nesta sexta-feira do seminário Eficiência Energética: projetos, determinações e investimentos, na Câmara Americana de Comércio.

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– A solução é natural, porque o sistema elétrico precisa ter geração térmica de base, cujo combustível tenha um baixo custo. Essas usinas são necessárias aos sistemas brasileiros, e a geração a gás é uma geração mais limpa. É uma geração que cria condições favoráveis do ponto de vista ambiental, e, sendo competitiva, que é o caso que entendemos que vai acontecer, é uma solução natural – defendeu Altino.

O gás mais competitivo a que o secretário se refere seria produzido por usinas termoelétricas instaladas “na boca dos poços” de gás, sem a necessidade de se construir gasodutos para transportá-los. Sem esse custo, o gás fica mais barato e mais competitivo.

– Qualquer outra opção exigiria um gasoduto, como é o caso do gás da Bolívia. Estamos diante de uma possibilidade de o Brasil passar a ter, num horizonte de três, quatro ou cinco anos, antes de 2020, uma oferta de gás com preços competitivos para produzir energia elétrica, porque as usinas estariam na boca do poço – disse Altino.

As usinas térmicas a gás serão uma opção ao carvão mineral, que é mais poluente e tem sido usado de forma complementar. Altino prevê que as usinas térmicas, entre elas a nuclear, devem ter um papel mais importante na matriz brasileira a partir de 2025, quando o potencial das hidrelétricas estiver mais perto do esgotamento.

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O secretário afirmou que o Brasil possui potencial de hidroeletricidade de 260 mil MW, o quarto maior do mundo, mas 80 mil MW não estão sendo considerados nos planos de investimentos por se encontrarem em áreas de reservas ambientais ou indígenas.