O Campeonato Brasileiro de Beach Soccer realizado no final de semana na praia do Gonzaga, em Santos (SP), não foi nada bom para o Avaí Beach Soccer. O Leão da Praia perdeu as quatro partidas que disputou, ficou em último lugar e ainda viu se despedir das areias o atacante Zia, maior jogador da história do time, com 32 gols marcados em 47 partidas.

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Nascido e criado na Barra da Lagoa, em Florianópolis, Josias Ataíde Gonçalves sempre preferiu jogar beach soccer em relação do futebol de campo. Começou no extinto Pinheiral, jogou a maior parte do tempo no Barrense e na Portuguesa do Pantanal até defender o Avaí.

Camisa 10, campeão catarinense de futebol de areia em 2012, entre outros títulos, Zia passou pela Seleção Catarinense de Beach Soccer naquele ano, quando jogou o Brasileiro de Seleções na Bahia. Na ocasião, a seleção de Santa Catarina ficou em sétimo. Também jogou duas Copa Brasil de Futebol de Areia no Coliseu Povos da Amazonia, em Manaus.

O atleta passou esses anos todos dividindo o tempo entre canchas de areia pelo Brasil e o tradicional mercado Landinho, da Barra da Lagoa. Comprou do antigo proprietário e toca o negócio junto com um irmão.

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Só que na despedida do atleta, o Avaí Beach Soccer não fez bonito. Na estreia do Brasileiro de Beach Soccer, o Leão da Ilha perdeu de 8×5 para o Fluminense, 8×7 para o Vasco, 7×6 para o Botafogo. Na disputa do 7º lugar perdeu de 3×1 para o Grêmio, terminando na última colocação.

E aí, como foi a despedida?

A competição tinha os melhores do Brasil, o Avaí não foi longe. Mas considerando que os jogos foram sem preparação, e a equipe formada em cima da hora, jogamos muito bem. No terceiro tempo a gente acabava cansando. É que o convite foi feito em cima da hora, e a gente começou a juntar as peças com atletas de todo o Estado. E pra entrosar a equipe é complicado.

Qual foi o principal momento na carreira?

O melhor momento com certeza foi quando eu fui campeão catarinense, na primeira edição. Eu ainda fui vice artilheiro da competição. Mas também já joguei duas Copa Brasil no Coliseu “Povos da Amazonia”, e lá é a maior média de público do mundo pra futebol de areia, já deu mais 30 mil pessoas lá. Contra o Flamengo, foram 12 mil, bateu um nervosismo.

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Por que o futebol de areia em vez do campo ou salão?

Eu me criei dentro da Assembleia de Deus, e o pessoal era muito fechado, então nunca tive oportunidade de sair para jogar fora. Agora não é mais assim, na minha época não tinha nem televisão. E eu morei a vida inteira a 100 metros do mar, então fiz minha infância no futebol de praia. Já tirei uma grana também com futebol amador. No de areia eu nunca ganhei nada, mas claro que tem quem ganha. No Avaí é só a camisa, é tudo no amor.

O que o Zia vai fazer daqui pra frente?

Eu pretendo fazer educação física já no ano que vem e, quem sabe, exercer a profissão de técnico, de praia ou de campo. O que eu não posso é parar, até porque eu sou bem conhecido no bairro pelo futebol de praia. E claro, vou continuar tocando o mercado.