A pedadoga e servidora pública Fabiana Cardozo, nova secretária de Assistência Social de Joinville, foi a terceira entrevistada da série produzida pelo A Notícia e pela CBN Joinville. Entre 11 e 22 de janeiro, dez secretários da gestão Adriano Silva serão apresentados a partir de entrevistas sobre as principais demandas de cada área.
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A nova secretária de assistência social é graduada em pedagogia e serviço social, especialista em gestão de pessoas (MBA) e mestre em educação. Há 15 anos é servidora da secretaria, onde iniciou como educadora do Abrigo Infanto Juvenil e assumiu as funções de coordenação, gerência de planejamento e gestão, e coordenação de alta complexidade na Proteção Social Especial.
Foi indicada por duas gestões como conselheira CMDCA e CMAS, e eleita presidente nas duas entidades. É também professora de pós-graduação da Univille e tutora de graduação. Agora, decidiu participar do processo seletivo do partido Novo e foi escolhida como secretária de governo.
– Apaixonada pela área e podendo contribuir para que a gente tenha uma Joinville melhor, por que não me colocar à disposição? Isso foi o que me motivou, fazer a diferença, estar neste momento à frente da pasta para poder colocar em prática tudo aquilo que a gente idealiza enquanto políticas públicas – explicou à CBN.
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Ouça a entrevista completa:
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Confira os principais pontos da entrevista:
Maiores desafios
“A gente tem duas situações bem importantes: o investimento maciço na proteção social básica para que não haja o rompimento do vínculo, mas o maior de todos é que a gente percebe na cidade uma movimentação muito grande de pessoas em situação de rua. Isso tem sido, inclusive, um apelo da própria comunidade. Já fizemos um grupo de trabalho, mobilizando as diferentes gerências.
Em seguida, nós vamos estar chamando outras secretarias para estar, de uma forma ostensiva, ampliando esse atendimento e verificando quem são essas pessoas. E também a gente tem aí uma questão que a gente precisa trabalhar muito, inclusive com a comunidade, com uma política de direitos humanos – não pode ser uma política higienista, não vamos fazer igual aos outros de botar dentro do ônibus e soltar na BR.
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Queremos fazer um trabalho de empoderamento dessas pessoas para elas saírem da rua e seguirem com as próprias pernas.
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Pretendemos fazer a formação e qualificação profissional das pessoas. Nós precisamos primeiro separar quem tem a questão psiquiátrica, quem tem uma questão de saúde, para ajudar de um jeito. E quem tem condições da gente fazer uma formação, uma qualificação profissional para encaminhar para o mundo de trabalho.
Aí entro com o apelo para a comunidade que quer ajudar. Dar esmolas no semáforo, dar comida na rua não vai resolver. O que precisamos é de parceiros para conseguirmos trabalho para essas pessoas, que é uma reclamação que eles têm.”

Cadastro Único
“Muitas pessoas desconhecem que têm esse direito, então toda família que tem uma renda inferior a três salários mínimos ou uma renda per capita por pessoa de R$ 500 tem o direito de se inscrever no Cadastro Único. Ela se cadastra e consegue reduzir a taxa de água, a taxa de luxo, gratuidade na castração de animais, desconto no restaurante popular, ter acesso ao ID jovem, carteirinha do Idoso. Tem muitos benefícios oferecidos para essas pessoas de baixa renda. E a extrema pobreza, no caso, recebem o Bolsa Família para elas conseguirem superar essas questões.
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A ideia é pegar esse público, fazer a qualificação profissional e o encaminhamento para o mundo do trabalho. A gente tem uma gerência de unidade e geração e renda que faz esse trabalho com os CRAS. Essa seria uma das vias para que essa família consiga retornar para o mercado de trabalho.
Para casos em que a mãe precisa ficar em casa, é solteira, é provedora do sustento da família, tem um filho com deficiência e não tem como trabalhar. Ou um idoso com mais de 65 anos que não tem renda. A gente faz todo o encaminhamento e o processo para que recebam o benefício de prestação continuada para que tenham direito a um salário mínimo e consigam prover o próprio sustento, saindo da linha da pobreza.”
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Imigrantes
“A preocupação que se tem é que a gente está recebendo muitas pessoas, da Venezuela e do Haiti. Nós temos vários projetos, inclusive de fazer grupos de estudo para aprenderem a nossa língua. Os venezuelanos até são mais tranquilos porque falam espanhol, mas os haitianos são um pouco mais complexo por conta da linguagem deles. A gente tem esse desejo e é nossa obrigação de atender, fazer os encaminhamentos. A gente auxilia sobre os trâmites legais para conseguir ficar no país, se tem família ou não, então não é tão simples assim. E o que atrapalha um pouco no dia a dia é a comunicação.”
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Impactos da pandemia
“Temos o levantamento em relação à trabalhadores que perderam o emprego, mas precisamos também orientar a população de que existe o cadastro único. Percebemos uma rotatividade maior nos CRAS procurando cesta básica, principalmente porque perderam o trabalho, ficaram sem renda ou tinham comércio e não conseguiram trabalhar, eram da área de eventos e turismo, enfim, uma série de situações.
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A gente percebeu no CRAS um aumento no número de procura de cesta básica, de auxílio funeral e também para o cadastro único.
A gente tem uma ideia de que as pessoas que, por conta da pandemia, perderam o emprego e tiveram sua renda reduzida venham nos procurar. Inclusive, essa é a orientação.